História

‘A CIA contra a Guatemala’: livro traz retrato de um país quase invisível

Leonardo Severo refaz história da violenta intervenção norte-americana no país, o primeiro de série de golpes que sacudiu todo o continente

Maria Dias/CUT

Leonardo Severo: Ditadura deixou mais de 250 mil mortos e impediu organização dos trabalhadores

São Paulo – Lançado na noite de ontem (23),  o livro A CIA contra a Guatemala: movimentos sociais, mídia e desinformação, do jornalista Leonardo Severo, faz um resgate histórico da situação do país da América Central que foi alvo do primeiro golpe de Estado na América Latina. Gestado nos Estados Unidos e operado por meio da CIA, o golpe, em 1954, pôs fim ao governo democrático popular de Jacobo Árbenz, que havia implementado uma série de reformas estruturais, como a agrária, e que atingia os interesses da multinacional bananeira United Fruit Company.

O ocorrido trouxe trágicas consequências não só para o país, como para toda a América Latina. Superadas longas décadas de ditadura, que deixaram um saldo de mais de 250 mil mortos e desaparecidos, o país segue sendo governado conforme os interesses de Washington.

“Isso teve um reflexo direto na organização dos trabalhadores. Hoje, enquanto, no Brasil, temos mais de 30% dos trabalhadores sindicalizados, gente que luta por melhoria salarial, negociação coletiva e redução de jornada, lá temos apenas 2% de sindicalizados, porque boa parte das lideranças está sendo assassinada ou perseguida”, contou o jornalista, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Leonardo Severo diz que o livro, em que reúne uma série de artigos e reportagens, é um ato de solidariedade para com o país centro-americano, que é praticamente “invisibilizado” pelos veículos de comunicação, daqui e de lá.

Confira a reportagem completa da Rádio Brasil Atual: