Elon Musk anuncia suspensão do acordo para comprar o Twitter
Em post, bilionário justificou que a aquisição depende de confirmações sobre número de usuários com conta de spam ou falsas na plataforma de mídia social. Ações da empresa desabam
Publicado 13/05/2022 - 09h25
São Paulo – O bilionário sul-africano Elon Musk afirmou nesta sexta-feira (13) que o acordo para a compra do Twitter está “temporariamente suspenso”. Em um post na rede social, o dono da Tesla e SpaceX justificou que há “pendências em detalhes que sustentam que contas falsas de fato representam menos de 5% dos usuários”. Até as 8h, o anúncio já havia derrubado as ações da plataforma em mais de 17%, segundo publicação da agência Reuters.
A compra havia sido confirmada pelo homem mais rico do mundo no dia 25 de abril. Após semanas de negociação, o valor estimado da transação ficou em torno de US$ 44 bilhões, ou cerca de R$ 214 bilhões. O Twitter havia estimado que contas falsas ou spam representavam menos de 5% de seus usuários ativos. Criada em 2006, a rede social divulgou ter 229 milhões de usuários mensais. O dono da Tesla, aponta, contudo, que reduzir o número dessas contas falsas seria um de seus principais motivos para comprar o Twitter.
Musk também já havia anunciado que introduziria novas ferramentas e que combateria os bots e autentificaria “todos os humanos”. O bilionário disse ainda que a empresa voltaria a ser de capital fechado. Até então, a rede social é de capital aberto e conta com controle de um conselho diretivo. Com a aquisição, fecham as ações na Bolsa, e o dono da Tesla torna-se único dono. O negócio, no entanto, também é alvo de contestações por parte de acionistas. No início de maio, Musk e o Twitter foram processados pelo um fundo de pensão da Flórida, Police Pension Fund, para que a compra da empresa seja impedida até 2025.
Concentração de poder
Em paralelo, segundo informações da Reuters e da AFP, a plataforma de mídia social disse que enfrenta vários riscos até que o acordo com Elon Musk seja fechado. O Twitter já confirmou que perdeu executivos e vem suspendendo contratações. A companhia também teme se os anunciantes continuarão investindo “em meio a possível incerteza em relação a planos e estratégias futuras”.
Conforme reportou a RBA, a compra é controversa e causa temor pela concentração de poder nas mãos de Musk. Em seu perfil no Twitter, Musk havia dito que sua vontade é preservar a diversidade de ideias. “Liberdade de expressão é a base do funcionamento da democracia, e o Twitter é a praça de discussão digital onde são debatidos os assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse. Nesta semana, em entrevista, ele também garantiu que restabeleceria a conta no Twitter do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, por considerar a exclusão “moralmente errada”. Trump foi banido da rede social pelo risco de suas publicações incitarem à violência.
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