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Negociação fracassa e colombianos agendam marcha nacional para esta quarta

Líderes do movimento reclamam da intransigência do governo Duque; um dia antes, foram confirmadas duas mortes de estudantes vítimas de agressão policial

Facebook / cutorgco
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Manifestantes programam uma grande assembleia nacional para quinta-feira, em Cali

São Paulo – Os líderes da greve na Colômbia iniciada no final de abril anunciaram nesta terça-feira (11) que farão uma grande marcha nacional amanhã (12). A decisão saiu após a falta de resultados em reunião de três horas entre o comitê nacional da paralisação e o presidente Iván Duque, com a participação de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Igreja Católica. Ontem, foram confirmadas as mortes de Lucas Villa Vásquez, de 37 anos, e Daniel Alejandro Zapata, de apenas 20. Ambos foram vítimas da violência comandada por Duque contra as mobilizações populares no país.

Integrantes do comitê argumentam, segundo o site Telesur, que está difícil seguir conversando, pois o governo colombiano segue afirmando que vive uma “situação de guerra”, sem reconhecer que os protestos têm cunho social. A violência repressiva também foi pauta na reunião. Segundo Francisco Maltés, presidente da Central Unitaria de Trabajadores (CUT), Iván Duque “não mostrou empatia com as vítimas da violência desproporcional contra os manifestantes, que agem pacificamente”. Jennifer Pedraza, líder da Asociación Colombiana de Representantes Estudiantiles, acrescentou que uma das garantias básicas reivindicada é que se respeite o direito de protesto pacífico.

Além da marcha desta quarta-feira, o comitê central da greve na Colômbia anunciou uma assembleia popular e um encontro nacional em Cali, epicentro dos protestos, na quinta-feira (13) reunindo todas as correntes que participam da mobilização.


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Violência e mortes

As mortes de Lucas Villa Vásquez e Daniel Alejandro Zapata foram confirmadas após dias de hospitalização. Villa Vásquez, um estudante de educação física da Universidade Tecnológica de Pereira, sofreu oito disparos durante uma manifestação no dia 5 de maio, na cidade de Pereira, capital do estado Risaralda. Não se sabe se o atirador foi um policial ou de algum grupo armado irregular.

Já Alejandro Zapata sofreu ferimentos na cabeça causados por um artefato lançado pelo Escuadrón Móvil Antidisturbios (ESMAD) em uma marcha na estação Banderas del Transmilenio, em Cali.

*com informações da Telesur, Opera Mundi e Cuarto de Hora