Queda em Israel

Aliado de Bolsonaro, Netanyahu renuncia ao cargo de primeiro-ministro

Decisão foi tomada depois do fracasso na tarefa de formar um novo governo. Presidente israelense Reuven Rivlin deverá nomear outra liderança parlamentar

Fernando Frazão/ABR
Fernando Frazão/ABR
Netanyahu trava uma odisseia sangrenta em suas fronteiras em permanente expansão. Então, seus olhos dificilmente estarão em Rondônia

São Paulo – Mal se recuperou da derrota pela indicação da Argentina e da Romênia para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por Donald Trump, Jair Bolsonaro (PSL) sofreu outro revés internacional: seu grande aliado Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, renunciou hoje (21) à tarefa de formar um novo governo. Na prática, está renunciando ao cargo de primeiro-ministro.

Netanyahu, que comanda o partido de direita Likud, disse que devolverá o mandato ao presidente israelense, Reuven Rivlin, depois de “trabalhar incessantemente… para estabelecer um governo amplo de união”.

Na eleição de 17 de setembro, seu partido, o Likud, ficou com menos cadeiras no parlamento israelense (Knesset), somando 32. Já o partido Azul e Branco somou 33. Apesar da desvantagem, Netanyahu foi escolhido primeiro-ministro pelo presidente porque, teoricamente, teria mais chances de formar maioria. Mas não foi o que aconteceu.

Envolvido em escândalos de corrupção e fraude, o líder teve seu nome associado a casos de recebimento de presentes caros e, muito pior, ao suborno de setores da mídia para uma cobertura favorável aos seus atos de governo. Sua liderança já estava fortemente ameaçada.

Embora o prazo para apresentar os nomes de uma coalizão seja esta quarta-feira (23), o aliado de Bolsonaro preferiu antecipar sua decisão ao presidente israelense. Rivlin já declarou que pretende pedir a Benny Gantz, do partido Azul e Branco, que forme um grupo majoritário no prazo de 28 dias – mesmo prazo que teve Netanyahu.

Se a tentativa fracassar, qualquer outro parlamentar poderá tentar formar essa maioria e exercer o cargo de primeiro-ministro, desde que tenha o apoio de 61 membros do Parlamento. E caso não haja disposição de nenhum líder, deverão ser convocadas novas eleições.