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Dia Internacional de Mandela propõe 67 minutos de trabalhos à sociedade

Mandela lutou por 67 anos pela liberdade dos negros sul-africanos, tornando-se célebre na oposição ao regime de segregação racial

memória/ebc

Mandela foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994

São Paulo – O sul-africano Nelson Mandela, que liderou o movimento contra a política de discriminação do apartheid em seu país, nasceu no dia 18 de julho de 1918. A data foi escolhida, em 2009, pelas Nações Unidas para celebrar a proteção dos direitos humanos e a igualdade étnica. Poucos anos depois, em 2013, Mandela morreu aos 95 anos.

Mandela trabalhou como político e ativista durante 67 anos. Como forma de homenagem, as Nações Unidas propõem que as pessoas, neste 18 de julho, reservem alguns minutos do dia para servir a comunidade. “No dia do nascimento de Nelson Mandela, a ONU e a Fundação Nelson Mandela convidam todos a dedicar 67 minutos de seu tempo ajudando os outros, como forma de deixar marcado o dia”, afirmam em nota.

O Dia Internacional de Nelson Mandela homenageia a luta do sul-africano, primeiro negro presidente do país. Em 1962, o ativista foi indiciado, inicialmente, a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente e incitar greves. Em 1964, Mandela foi condenado à prisão perpétua e permaneceu 27 anos em regime fechado na prisão da Ilha Robben, próxima à Cidade do Cabo.

De etnia Xhosa, Mandela foi o primeiro de sua família a frequentar a escola. Já na faculdade de direito, o futuro ganhador do Prêmio Nobel da Paz (1993) se envolveu com movimentos estudantis. Na época, a política do país era comandada por grupos aristocratas brancos nacionalistas de origem, principalmente, holandesa, francesa e alemã. Chamados localmente de afrikanners, estes colonos travaram batalhas com tribos autóctones que resistiam à dominação, entre eles, a Xhosa.

Após anos de convivência problemática entre negros e brancos, a África do Sul passou por processo de acirramento de conflitos, o que culminou no regime do Apartheid (1948-1994), palavra que significa “separação”. Durante o período, negros eram sistematicamente discriminados, tendo seus direitos amplamente cerceados pelo Estado. Então, em 1942, Mandela e outros companheiros ativistas criaram um levante contra o regime, chamado de Congresso Nacional Africano (CNA).

Inicialmente pacífico, o CNA ampliou sua participação política na África do Sul. Em 1960, a polícia local promoveu uma chacina, conhecida como Massacre de Sharpeville, matando 69 e deixando feridos 180 manifestantes negros. Após o evento, Mandela passa a ser comandante de um braço armado da CNA. Sua prisão não demorou e os levantes contra o regime não cessaram por ai.

Mandela se tornou o símbolo da resistência, sendo que a frase “Libertem Nelson Mandela” (Free Nelson Mandela), tornou-se a marca da oposição ao regime e se espalhou pelo mundo. Após pressão internacional e de grupos locais, incluindo o CNA, Mandela foi solto em 1990. Eleito presidente, em 1994, o ativista promoveu o fim do regime de segregação racial. Com o término de seu mandato, em 1999, Mandela se aposentou da política, voltando suas forças para campanhas ligadas aos direitos humanos e, especialmente, ao combate à Aids.

Com informações da Nelson Mandela Foundation