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Donald Trump já tem delegados suficientes para ser o candidato republicano

Embora tenha alcançado o número de delegados necessários, Trump terá ainda de submeter seu nome a uma convenção nacional do Partido Republicano, marcada para julho, na cidade de Cleveland, estado de Ohio

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Número de delegados necessários para alcançar a indicação é 1.237, mas Trump já tem 1.238

Washington – O  empresário Donald Trump atingiu hoje (26) o número de delegados necessários para conquistar a indicação republicana para concorrer às eleições para presidente dos Estados Unidos, em novembro deste ano. O número necessário é 1.237, mas Trump já tem 1.238. O cálculo foi feito pela agência de notícias Associated Press.

O cálculo da Associated Press se baseou em entrevistas feitas a delegados que ainda não declararam publicamente apoio a nenhum candidato. Com isso, a agência chegou à conclusão que Trump passou do número mínimo de delegados necessários para se tornar o candidato republicano.

As próximas primárias do partido, marcadas para 7 de junho, em cinco estados norte-americanos, ainda devem definir o apoio de 303 delegados. Isso deverá ampliar ainda mais o apoio a Trump, evitando também uma eventual contestação da vitória do candidato republicano.

Trump era, desde o início de maio, o único candidato remanescente que aspirava a representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, após a desistência do candidato que vinha em segundo lugar na preferência dos delegados do partido, senador Ted Cruz. A desistência de Cruz ocorreu depois de ele perder as primárias no estado de Indiana, por uma larga margem de votos. Um dia depois, o governador de Ohio, John Kasich, que igualmente aspirava a representar o Partido Republicano, também desistiu de concorrer.

Embora tenha alcançado o número de delegados necessários, Trump terá ainda que submeter seu nome a uma convenção nacional do Partido Republicano, marcada para julho, na cidade de Cleveland, estado de Ohio.

Trump começou sua campanha em junho de 2015. No início, não era visto como um candidato viável pela cúpula do Partido Republicano. No entanto, aos poucos, foi ganhando apoio devido ao seu estilo franco e às declarações polêmicas. Esse estilo garantiu muito tempo de visibilidade nos noticiários de televisão, rádio e sites da internet.

Obama

Em entrevista à imprensa, Obama disse que a eleição presidencial norte-americana está sendo observada atentamente pelos dirigentes políticos internacionais. De acordo com ele, os líderes mundiais estão “surpresos” com a candidatura de Trump. “(Os líderes mundiais) não têm certeza sobre o grau de seriedade que devem dar a alguns pronunciamentos (de Trump), mas eles estão apreensivos, e por uma boa razão, porque muitas de suas propostas demonstram ou ignorância em relação a assuntos internacionais ou uma atitude arrogante”, acrescentou Obama.

Obama disse que muitas propostas controversas de Trump se originam em informações de Twitter ou do noticiário em vez de buscar apoio em um pensamento que mantenha a América segura e o “mundo em equilíbrio.”

Protestos

As declarações de Trump também provocaram protestos em várias cidades dos Estados Unidos, principalmente pelo tom desrepeitoso com que o candidato republicano se referia a países de longa tradição de amizade com os Estados Unidos e também aos imigrantes. Os últimos protestos registrados ocorreram esta semana na cidade de Albuquerque, no estado de Novo México. Novas manifestações estão sendo aguardadas na Califórnia, um dos estados em que ocorrerão primárias em 7 de junho.

Em 2 de maio deste ano, em um comício em Indiana, Trump disse : “Não podemos continuar permitindo que a China permaneça a estuprar nosso país, e é isso que estão fazendo”. Trump também disse, em outros comícios, que pretende proibir muçulmanos de entrar em território norte-americano, chamou ainda de “horrendo” o acordo assinado pelos EUA com o Irã e se comprometeu a “construir um muro” ao longo da fronteira mexicana.