Crise

Bancos da Grécia voltam a funcionar depois de três semanas fechados

Os cartões de crédito só poderão ser usados dentro da Grécia. Transferências para o estrangeiro vão continuar limitadas

Agência Lusa

País deve receber crédito de 7 milhões de euros da zona euro para cobrir compromissos com credores internacionais

Brasília – Os bancos da Grécia reabriram hoje (20) após três semanas de fechamento imposto pelo governo para evitar o agravamento da crise no sistema financeiro. No entanto, os controles de capitais, em vigor desde 29 de junho, mantêm-se, apesar de o limite diário de 60 euros nas retiradas ter sido flexibilizado para até 420 euros por semana.

O controle de capitais já terá custado cerca de € 3 mil milhões à economia grega, segundo a agência noticiosa AFP.

Louka Katseli, presidente da União dos bancos gregos e do Banco Nacional da Grécia, um dos quatro maiores grupos bancários no país, apelou nesta segunda-feira à calma dos contribuintes e para esses voltarem a depositar suas poupanças nos bancos de forma a apoiar a solvência do sistema.

“Se retirarmos o dinheiro dos nossos cofres e das nossas casas – onde, de qualquer maneira não está seguro – e o depositarmos nos bancos, estamos a fortalecer a liquidez [da economia]”, disse em declarações reproduzidas no canal de televisão Mega.

Um limite de € 300 em levantamentos por semana vai ser inicialmente imposto até sexta-feira, com a restrição a ser flexibilizada para 420 euros a partir de sábado.

Os cartões de crédito, por sua vez, só poderão ser usados dentro da Grécia.

Já as transferências para o estrangeiro vão continuar limitadas, mas é permitido aos pais com filhos que estudam fora que transfiram até € 5 mil por trimestre e aqueles que tiverem em tratamento médico podem dispor de, até, € 2 mil.

Hoje é também o dia em que a Grécia vai saldar, previsivelmente, parte das suas dívidas aos credores internacionais.

Está previsto que a Grécia receba nesta segunda um crédito de € 7 milhões da zona euro destinado a cobrir as suas necessidades mais imediatas, nomeadamente, a devolução de € 3,5 milhões ao Banco Central Europeu (BCE).

Atenas deverá também devolver € 1,5 milhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI), uma dívida que deveria ter sido liquidada a 30 de julho, mas que não aconteceu.