greve de fome

Família de brasileiro-palestino preso em Nablus apela ao Itamaraty para libertação

Estado de saúde Islam Hamed se agrava, mas negociações para sua libertação e repatriação não avançam; Itamaraty promete nova resposta a parentes ainda hoje

Divulgação

Foto de Hamed no passaporte brasileiro: médico o visita na prisão duas vezes por dia, e uma vez por dia aplica soro

São Paulo – A família de Islam Hamed, de 30 anos, preso em Nablus, na Palestina, continua a esperar hoje (24) resposta do Itamaraty quanto aos avanços nas negociações com a autoridade palestina para a libertação e repatriação do brasileiro-palestino, em greve de fome desde o último dia 11, e há três dias sem água e sal.

“Eles (o Itamaraty) disseram que vão me responder ainda hoje por e-mail ou por telefone”, afirma Aline Baker, prima de Hamed que vive em São Paulo e todos os dias conversa com a mãe dele, a brasileira Nadia Hamed, para saber do estado de saúde do primo, que está se agravando. Hamed já perdeu 11 quilos desde o início do protesto. “O médico o visita na prisão duas vezes por dia, e uma vez por dia aplica soro, porque ele não está mais conseguindo ficar em pé”, afirma, reforçando que o prazo para que as negociações avancem é cada vez mais exíguo.

Hamed reivindica sua libertação e o direito de voltar ao Brasil, depois de ter sido preso em setembro de 2010 pela autoridade palestina e ter cumprido pena de três anos por atos contra o governo palestino. Ele segue detido um ano e meio depois de ter cumprido a pena. A Autoridade Palestina diz que o mantém preso para sua própria segurança, pois uma vez solto ele poderia ser preso por Israel.

O governo brasileiro diz que vem tentando negociar, tanto com o governo da Palestina quanto com o de Israel, a liberdade e a repatriação de Hamed, mas ainda não há perspectiva de acordo. Para Mohamad El Bacha, presidente da Associação Islâmica de São Paulo, é fundamental que o governo brasileiro garanta, com o governo de Israel, que Islam possa sair da Palestina e voltar ao Brasil em segurança.

Antes de ser preso pela autoridade palestina, Hamed sofreu outras duas prisões pelo governo israelense, a primeira delas quando tinha 17 anos e foi acusado de atirar pedras em soldados israelenses. Desde então, só conseguiu viver em liberdade por 18 meses nos intervalos entre sair e voltar para a cadeia. Quando estava em liberdade tirou carteira de motorista, carteira de trabalho e se casou. “Meu filho está com a saúde muito ruim. Não sabemos como ajudar. Os caminhos estão todos fechados. Não sei o que fazer”, disse a mãe de Hamed.

Nesta semana, parantes e amigos de Hamed criaram uma página no Facebook com o título “Libertem o Islam Hamed” para dar início a uma campanha em favor da libertação. Até agora, 530 pessoas apoiam a reivindicação de Hamed pela página.