Partidos portugueses iniciam diálogo para acabar com crise política

salvação nacional

Lisboa – As conversas entre os três principais partidos portugueses para um “compromisso de salvação nacional” que acabe com a crise política começaram hoje (14), quatro dias depois do pedido do chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, para se negociar um acordo.

Os representantes dos social-democratas do PSD e do democrata-cristão CDS-PP, que juntos formam a coalizão conservadora no governo, assim como os do principal grupo da oposição, o socialista (PS), estabeleceram uma semana de prazo para concluir o processo de diálogo.

As três formações informaram em um breve comunicado que durante este primeiro contato foram definidos os prazos e “a metodologia de trabalho”, sob a premissa de se chegar a um consenso que permita a Portugal encerrar com sucesso o período de assistência financeira, que termina em junho de 2014.

Todos os partidos, o próprio chefe de Estado, empresas e sindicatos concordam com a necessidade de se relaxar as severas políticas de austeridade aplicadas durante os dois últimos anos e que o país se concentre mais na recuperação do crescimento, mas diferem sobre como fazê-lo.

Portugal passará nesta semana por uma dura avaliação dos investidores com uma nova emissão de títulos da dívida a curto prazo, a primeira desde que explodiu a crise de governo no dia 2 de julho.

A crise política em Portugal já dura quase duas semanas depois que o anúncio da demissão do titular das Relações Exteriores e líder do CDS-PP, Paulo Portas, colocou a coalizão governamental à beira da ruptura.

Apesar de Portas ter finalmente aceitado seguir no Executivo como vice-primeiro-ministro, esta solução apresentada pelos conservadores não foi aceita pelo presidente Aníbal Cavaco Silva, que fez um pedido para que se chegue a um “compromisso de salvação nacional” mais amplo, que inclua também os socialistas.

O presidente também rejeitou o pedido do PS e do restante das forças de esquerda de convocar imediatamente eleições antecipadas, mas admitiu a possibilidade de celebrá-las a partir de junho de 2014, um ano antes do final da atual legislatura.