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EUA dizem que empresas e Congresso sabiam sobre espionagem oficial na internet

Segundo chefe da Inteligência norte-americana, dados foram obtidos mediante autorização judicial

©davis turner/efe

Obama enfrenta críticas por espionagem governamental

São Paulo – O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, especificou na noite de ontem (8), em comunicado, que a espionagem de comunicações digitais estrangeiras se realizam com o “conhecimento” das empresas de internet envolvidas.

Clapper, que comanda a NSA (Agência Nacional de Inteligência), tentou novamente minimizar os vazamentos para a imprensa sobre o programa PRISM, que permite vigiar comunicações digitais de nove grandes provedores de internet nos EUA. O diretor chamou a PRISM de um simples “sistema governamental interno de computação”, destinado a supervisionar dados que podem ser recopilados por mandato judicial. Segundo o documento de três páginas, o Congresso foi informado deste programa 13 vezes desde 2009.

No comunicado, ele negou que “o governo norte-americano obtenha unilateralmente dados de servidores” e assegurou que essa informação é obtida após consentimento judicial e “com o conhecimento das grandes empresas”.

Quando os detalhes do programa PRISM foram revelados, as principais companhias de internet, como Google e Facebook, negaram o conhecimento dessas solicitações de cooperação das autoridades federais e a abertura para o governo de seus servidores.

Apesar de, pela primeira vez, Clapper afirmar que o programa PRISM existe, ele reitera que a NSA limita suas atividades aos cidadãos estrangeiros. O diretor nacional de Inteligência disse que o PRISM “não é uma coleção ou exploração de dados não revelada”, mas um sistema pensado para “facilitar” a vigilância de dados no exterior como autoriza o Congresso.

Na última quinta-feira (6), Clapper também já havia admitido que o governo de Barack Obama, assim como o de seu antecessor, George W. Bush, monitora os telefonemas de milhões de cidadãos norte-americanos. Ele ainda questionou a divulgação de tais programas pela imprensa por colocar em risco a segurança nacional.