Oposição critica OEA por respaldar adiamento de posse na Venezuela

A coalizão MUD argumenta que eleições deveriam ser convocadas em 30 dias, devido ao não comparecimento de Chávez à cerimônia de posse

São Paulo – “A declaração do secretário-geral da OEA (José Miguel Insulza) é francamente lamentável. Ao tomar conhecimento, não pude conter uma profunda decepção. Custo a acreditar que uma pessoa que sofreu com a ditadura e o exílio possa aceitar tão facilmente a versão oficial de um governo”, argumentou Aveledo, que deve se encontrar com Insulza na próxima semana.

A coalizão antichavista aguardava um parecer do secretário-geral da OEA sobre a sua interpretação da Constituição venezuelana.

Para a MUD, a data da cerimônia de posse não poderia ser adiada e, como Hugo Chávez ainda não retornou de Cuba, onde se recupera da quarta cirurgia contra um câncer, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, deveria assumir o governo e convocar novas eleições em 30 dias. O Parlamento e a Justiça da Venezuela, no entanto, consideram que o artigo 231 prevê a possibilidade de o juramento do mandatário ser feito perante o Supremo Tribunal, como ficou definido.

Em Santiago, no Chile, Insulza afirmou na noite de ontem (10) que não havia espaço para recursos sobre a interpretação da Constituição venezuelana e que “o processo que acontecerá no país é o que decidiram os três poderes”. O representante da OEA ainda afirmou que a entidade só atua quando há conflito entre os poderes de um Estado, o que não ocorre na Venezuela.

Além da OEA, a maioria dos países da América do Sul foi favorável ao adiamento da posse de Chávez, sendo que alguns presidentes, como o da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica, compareceram ontem ao evento de apoio ao colega venezuelano.

O governo do Paraguai, por sua vez, que está suspenso do Mercosul e da Unasul devido ao golpe que destituiu Fernando Lugo em junho de 2012, lamentou a decisão da Venezuela.