Obama faz apelo para congresso aprovar reforma do sistema financeiro dos EUA

Em programa de rádio, presidente acusou bancada republicana de tentar atrasar conclusão de projeto de regulamentação de operações de alto risco

Após uma semana marcada por mais tensões em Wall Street com a repercussão do rombo financeiro do banco JPMorgan Chase & Co, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez mais um apelo ao congresso norte-americano para que aprove uma ampla reforma do sistema financeiro.

Hoje (19), durante seu discurso semanal nas rádios dos EUA, ele classificou a medida como algo “inteligente, significativo e sensato”, capaz de prevenir o país de uma nova crise econômica nos moldes do colapso financeiro de 2008. “Nos últimos três anos e meio, estivemos lutando para nos recuperar de uma crise econômica histórica causada pela aterrorizante irresponsabilidade de parte de Wall Street, que utilizou nosso sistema financeiro como um cassino”, declarou Obama.

Referindo-se ao prejuízo de mais de US$ 2 bilhões do banco de investimentos JPMorgan Chase & Co, Obama disse que seu governo não permitirá que toda a nação seja obrigada a arcar com novos problemas econômicos por conta dos erros de entidades privadas de Wall Street.

“Essas novas regras mostram que, um grande banco agora terá de ter mais liquidez disponível para que ele próprio possa pagar por uma decisão ruim, e não os contribuintes”, explicou. Essa reforma segue as linhas regulamentadas pela Lei Dodd-Frank, que foi aprovada em 2008, mas que ainda não conseguiu respaldo parlamentar para aplicar algumas cláusulas. Um desses casos é o da Norma Volcker, que estabelece limites às operações especulativas que uma entidade financeira pode conduzir.

Foi justamente a especulação desenfreada que rendeu ao JPMorgan Chase & Co seu rombo bilionário. O FBI, polícia federal norte-americana, partiu de denúncias do Federal Reserve para investigar possíveis irregularidades nas operações do banco com derivativos, contratos futuros de elevada volatilidade.

“Não podemos voltar a uma era de fraca regulação e baixa supervisão, na qual a excessiva tomada de riscos por Wall Street e a ausência de controle básico por Washington quase destruiu nossa economia”, acrescentou Obama, em uma tentativa de criticar a bancada republicana e “sua trama de lobbies para atrasar, esvaziar de recursos e desmantelar a reforma” do coração financeiro do planeta.

Ele pediu para que deputados dediquem mais tempo para “trabalhar de verdade para fortalecer a economia dos EUA”.