Itália se compromete a cortar 300 mil empregos públicos

Carta de compromissos inclui mudança na idade de aposentadoria de mulheres do setor público

Brasília – A Itália se comprometeu a cortar 300 mil postos de trabalho no setor público até 2014 e irá acelerar o aumento já estipulado da idade mínima para pleitear aposentadoria, em uma carta enviada à Comissão Europeia, segundo noticiou a agência Dow Jones.

De acordo com a agência noticiosa, a carta onde estão incluídos esses e outros compromissos foi enviada pelo ministro das Finanças, Giulio Tremonti (prestes a sair do governo, após a demissão do primeiro-ministro Silvio Berlusconi), em resposta a várias inquietudes dos responsáveis europeus.

A carta explica que o governo tomou medidas nos últimos três anos que permitirão essa redução de 300 mil postos de trabalho na função pública e inclui ainda compromissos para agilizar o mercado de trabalho, deixando claro que os sistemas de monitoração das despesas do Estado italiano já estão sendo aplicados nos principais ministérios.

Em relação às pensões, a carta explica que a idade legal de aposentadoria, na Itália, já é 65 anos para os homens, com essa mesma regra a ser estendida, a partir do próximo ano, para as mulheres no setor público, com o compromisso de aumentar rapidamente a idade mínima para as mulheres que trabalham no setor privado.

No entanto, a mesma carta aponta que a Itália introduziu um mecanismo que atrasa o recebimento efetivo desses benefícios entre 12 e 18 meses, prazo que pode ser alargado no futuro, se for necessário. Como resultado dessas medidas, a idade da aposentadoria, na Itália, está a caminho de ser maior que na Alemanha já em 2013 e será um ano superior em 2017.

A Itália aprovou, também, novas regras para limitar em 8% o máximo que a administração local pode pagar de juros das suas dívidas.

Monti até 2013

Mario Monti, indicado para a vaga de primeiro-ministro da Itália, disse nesta segunda-feira que seu primeiro dia de conversas para a formação do novo governo está sendo construtiva e ele espera administrar o país até as próximas eleições programadas, em 2013.

“É óbvio que o Parlamento pode decidir a qualquer hora que o governo não tem mais sua confiança”, afirmou ele em coletiva de imprensa, ponderando que não aceita outros limites de tempo na duração do seu governo.

 

 

 

“Se uma data for colocada além daquele horizonte de tempo, sua predeterminação pode tirar a credibilidade do governo.”