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Torcedores da Chapecoense fazem vigília na Arena Condá, estádio do time

Tragédia ocorre justamente no momento em que o clube catarinense ascendia e conquistava espaço entre os grandes times de futebol do país

Futura Press/Folhapress

Dentro e fora do estádio, torcedores da Chapecoense se unem em luto pela tragédia

Porto Alegre – Cerca de 700 torcedores da Chapecoense se reúnem nos arredores do estádio Arena Condá, em Chapecó (SC), após o acidente envolvendo o avião que transportava a delegação do clube para Medellín, na Colômbia. Os torcedores fazem uma vigília e acompanham a chegada dos jogadores que não viajaram para a final da Copa Sul-Americana.

Com os portões do estádio fechados, os chapecoenses se aglomeram no estacionamento do Centro de Eventos, onde entoam cânticos de apoio e realizam rodas de oração pelas vítimas. Na sequência, os portões foram abertos.

Os jogadores que não viajaram com a delegação também chegam à Arena Condá em busca de mais informações. Todos visivelmente emocionados, chorando muito com a perda dos colegas e amigos. Parentes das vítimas permanecem na Arena Condá à espera de informações.

O clube

A tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense ocorre justamente no momento em que o clube catarinense buscava consolidação entre os grandes times de futebol do país.

O Verdão do Oeste, como é conhecido entre os torcedores, disputa a primeira divisão do Campeonato Brasileiro pela terceira temporada consecutiva e já garantiu vaga antecipada para disputar a Copa Sul-Americana de 2017.

Fundado em 10 de maio de 1973, a Associação Chapecoense de Futebol passou a maior parte da história destacando-se em nível regional: até o fim dos anos 90, as principais conquistas do clube foram os títulos do Campeonato Catarinense de 1977 e 1996 e da Taça Santa Catarina de 1979.

Os primeiros anos do século 21 foram difíceis para os torcedores da Chape. O clube enfrentou uma crise a partir de 2001 e chegou a ser rebaixado para a segunda divisão do futebol catarinense. Mesmo com o título estadual de 2007, foi apenas em 2009 que o Verdão começou a se recuperar. Naquele ano, o time que disputou a Série D do Campeonato Brasileiro obteve a terceira colocação — e o acesso à Série C.

A Chapecoense permaneceu na terceira divisão por três anos. Nesse período, conquistou pela quarta vez o Campeonato Catarinense em 2011 e por pouco não se classificou para a Série B nacional. A ascensão, no entanto, estava reservada para o ano seguinte: em 2012, o clube subiu para a segunda divisão — e no ano seguinte, em 2013, conquistou o acesso à elite do futebol brasileiro.

Até o acidente da última madrugada, o ano de 2016 era considerado um dos melhores para a Chape. No Campeonato Brasileiro, o clube faz a melhor campanha de sua história, ocupando a 9ª posição na tabela a uma rodada do fim da competição. Em nível internacional, o clube conquistou o direito de disputar a final da Copa Sul-Americana após superar equipes de tradição em competições continentais, como os argentinos Independiente e San Lorenzo.

A decisão da Sul-Americana, no entanto, que simbolizava o auge da ascensão chapecoense, acabou manchada pela queda do avião que levava jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas a Medellín — cidade colombiana onde o clube disputaria a primeira partida da final contra o Atlético Nacional.

A partida, que estava marcada para amanhã (30) à noite, foi adiada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A nova data ainda não foi divulgada.

Emissoras prestam solidariedade

A TV Globo manifestou solidariedade às famílias dos três profissionais que estavam no voo que transportava a equipe da Chapecoense para Medellín. A aeronave caiu na madrugada de hoje (29) a caminho da cidade onde seria disputada a final da Copa Sul-Americana. Segundo o texto divulgado pela assessoria de comunicação da emissora, a equipe preparava uma matéria especial para o programa “Esporte Espetacular”.

“Os nossos repórteres Guilherme Marques e Guilherme Laars e o repórter cinematográfico Ari de Araújo Jr. estavam no voo com o time da Chapecoense. Eles preparavam uma matéria especial para o Esporte Espetacular. Neste momento de dor e expectativa, aguardamos notícias oficiais das autoridades colombianas e prestamos toda a solidariedade às famílias de nossos colaboradores e amigos”, diz a nota.

Segundo a Aeronáutica Civil da Colômbia, 21 jornalistas e outros profissionais da imprensa estavam no voo. Eles representavam veículos catarinenses e outros canais da imprensa esportiva.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota na qual lamentam a tragédia que vitimou 20 profissionais de comunicação, jornalistas e técnicos que acompanhavam a delegação da Chapcoense.

“As entidades manifestam seu pesar e ampla solidariedade aos familiares dos profissionais vitimados no cumprimento de sua atividade, bem como aos dos demais passageiros e tripulantes do voo. Neste momento de luto, as associações se unem também à dor de todos os brasileiros.”

A Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert) também divulgou nota de pesar manifestando solidariedade com as famílias e amigos e lamentando a enorme perda para o futebol e a imprensa nacional. “É um dia triste para todos”, divulgou em nota.

O canal Fox Sports também deve se pronunciar sobre o acidente ao longo do dia.