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Unifesp da zona leste deve começar a funcionar com dois anos de atraso

Para reitora, demora garante que projeto não repita problemas da USP Leste, que foi construída em área contaminada. ‘O que fizeram com a USP foi irresponsável’, diz

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Segundo a Cetesb apenas alguns locais do terreno precisarão ser descontaminados

São Paulo – O campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Itaquera, na zona leste da cidade, que deveria ser inaugurada no primeiro semestre desde ano, ficará só para 2016, como anunciou hoje (19) a reitora da instituição, Soraya Soubhi Smaili, em coletiva de imprensa na prefeitura de São Paulo. As obras devem começar apenas no segundo semestre de 2015.

O ministro da Educação, Henrique Paim, anunciou durante o evento que o Ministério liberou R$ 3 milhões para o projeto executivo da obra, que deverá começar nos próximos dias. O terreno localizado na Avenida Jacu-Pêssego foi cedido pela prefeitura de São Paulo em janeiro de 2013, depois de seis anos de pressão da comunidade. Na sequência, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente apresentou um laudo apontando a existência de contaminação no solo.

A reitora informou hoje, no entanto, que a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) concluiu a análise da área e que apenas alguns locais precisarão passar por processo de descontaminação, que ficará a cargo da prefeitura. No restante do terreno já é possível começar o projeto.

Segundo Soraya, a demora na obra garante que não ocorrerá com a Unifesp o mesmo problema da USP Leste, que foi construída em um terreno contaminado. “Temos segurança que não vai ocorrer esse mesmo problema. Exatamente por isso que não foi iniciado desde o ano passado, para não cometer o mesmo erro. Estamos fazendo de forma muito responsável porque o que fizeram com a USP Leste foi irresponsável”, disse.

A Unifesp passa por um processo de expansão iniciado em 2005, ainda no governo Lula, voltado para reduzir a diferença entre o número de estudantes na região metropolitana de São Paulo e o total de vagas públicas no ensino superior, que era a mais desproporcional do país na época. De lá para cá o número de matrículas saltou de 1.336 para 11.630.

Para viabilizar a proposta, o Ministério da Educação e prefeitos da região metropolitana criaram o projeto do Anel Universitário, que prevê a instalação de oito campus da Unifesp nos municípios de Osasco, Embu das Artes, Diadema, São Paulo, Baixada Santista, Guarulhos e São José dos Campos.

“Decidimos compor um fórum de prefeitos para atuar conjuntamente e garantir que haja cooperação entres nós, a Unifesp e o MEC, para que o projeto de expansão possa se desdobrar da melhor maneira possível”, explicou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Dos campis planejados, apenas o da Zona Leste e o de Embu das Artes ainda não estão em funcionamento, sendo que a perspectiva é que de Embu seja inaugurado no segundo semestre do ano que vem, em um prédio já adquirido pela prefeitura. O campus de São José será inaugurado na próxima sexta-feira (22).

O Anel Universitário de deve ser concluído nos próximos cinco anos, quando a universidade deve alcançar o recorde de 40 mil alunos, nos cursos de gradação e especialização. “A Unifesp inaugurou um novo formato de relação do MEC com as universidades federais”, disse Paim. “É uma forte expansão, fruto de um trabalho grande e de investimentos, e que vem acompanhada da preocupação com a qualidade.”