mobilização

Com adesão na zona rural, sobe para 45 número de escolas ocupadas no Ceará

Maioria (33) é de Fortaleza. De ontem para hoje, houve cinco novas ocupações. Professores do estado, em greve desde 25 de abril, fazem assembleia amanhã (18)

Facebook/Escolas do Ceará em Luta

A EEFM Walter de Sá Cavalcante, de Fortaleza, está ocupada desde o último dia 12

São Paulo – Em protesto por melhorias na infraestrutura das escolas estaduais, na qualidade da merenda e passe livre, entre outras reivindicações, estudantes já ocupam 45 escolas estaduais no Ceará. Ao todo, são 33 em Fortaleza, três em Maracanaú, três em Juazeiro do Norte, duas no Crato e uma nos municípios de Iguatu, Crateús e Aracaú – onde está a escola Maria Conceição Araújo.

“Queremos mostrar para o governo os problemas das escolas que temos, que não é como queremos, que essa merenda é ruim e que assim dá para aprender”, disse um aluno do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Maria Alves Carioca, no Bairro Bom Jardim, na capital – a primeira a ser ocupada, em 28 de abril.

Em nota, a Secretaria de Educação e Cultura (Seduc) do Ceará informou que a secretária- adjunta da Educação, Márcia Campos, recebeu estudantes de algumas das escolas ocupadas na última quarta-feira (11) e que pretende manter o diálogo com alunos, professores e diretores.

Sobre as ocupações, a Seduc reafirmou que não impedirá o acesso dos estudantes às escolas, desde que haja respeito ao patrimônio, lembrando que, conforme o Código Civil, os pais são responsáveis legais por quaisquer atos de seus filhos menores de idade.

Informou ainda que já anunciou um pacote de investimentos de mais de R$ 140 milhões, que será investido principalmente em reformas e manutenção das escolas, alimentação escolar e aquisição de computadores, entre outros benefícios.

Professores

Ontem, o secretário da Educação Idilvan Alencar recebeu uma comissão do Sindicato Apeoc, que representa os cerca de 25 mil professores de toda a rede de ensino do Ceará. Ao todo, são 709 escolas, incluindo as profissionalizantes, indígenas, rurais e quilombolas. No último dia 11, professores foram recebidos pelo governador Camilo Santana (PT).

As rodadas de negociação entre professores e governo ocorrem no âmbito de uma mesa permanente de negociações. Segundo o sindicato, o diálogo existe. No entanto, ainda não há proposta para o principal item da pauta de reivindicações.

Em greve desde o dia 25 de abril, os professores farão assembleia na manhã desta quarta-feira (18). A categoria reivindica 12,67% de correção salarial, sendo 10,67% correspondente à correção salarial e 2% de aumento real.