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Secundaristas gaúchos ocupam Assembleia. Professores seguem em greve

Ato pede arquivamento de projeto que coloca parte da administração pública na iniciativa privada

reprodução/twitter/sul21

Secundaristas informam que não deixam o local sem que o PL 44/16 seja retirado da pauta do Legislativo

São Paulo – Estudantes secundaristas do Rio Grande do Sul ocuparam hoje (13) o saguão do prédio da Assembleia Legislativa, na região central de Porto Alegre. Eles reivindicam aumento de verbas para a educação, melhorias de infraestrutura e o fim do Projeto de Lei (PL) 44/2016, que pretende passar parte da administração de estruturas da Educação, Saúde, Meio Ambiente e Esportes para a iniciativa privada.

Próximos da Assembleia, professores estaduais realizam mobilização em frente à Secretaria Estadual de Educação (Seduc). A categoria completou um mês em greve. O responsável pela pasta, Luís Antônio Alcoba de Freitas, ficou de receber o comando da greve para uma reunião de conciliação.

Um carro de som presente na manifestação dos professores anunciou às 15h30 que a Assembleia havia sido ocupada pelos estudantes. A reação foi de entusiasmo. Enquanto isso, os estudantes gritaram em coro: “Unificou! É estudante, funcionário e professor”. Os secundaristas informam que não deixam o local sem que o PL 44/16 seja retirado da pauta do Legislativo. A votação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça da Casa está prevista para amanhã (14).

Os professores querem cumprimento de plano de carreira, reajuste salarial, investimento de 35% da verba do estado na educação, garantia dos royalties do pré-sal para a educação e o cumprimento do destino de 10% do PIB para o setor. Em nota, Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), sindicato que representa a categoria, informa que seus interesses possuem alinhamento com as reivindicações estudantis.

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Professores do ensino público estadual do estado realizam uma mobilização em frente à secretaria de Educação

“Pela primeira vez na história do estado, estudantes ocupam as escolas para protestar contra o sucateamento das instituições e a privatização que este governo tenta impor. Mesmo diante deste quadro, que conta também com a forte greve dos educadores, o governador José Ivo Sartori (PMDB) não desiste de tentar acabar com a educação pública gaúcha”, afirma o Cpers, que acusa a gestão estadual de se “esconder atrás de uma falsa crise para negar o direito a uma escola pública de qualidade”.

O sindicato ainda denunciou que o governo de Sartori teria efetuado ligações ontem para os pais dos alunos da rede pública informando que as aulas de hoje seriam realizadas regularmente. “O governo está mentindo para os pais e estudantes (…) pior que a mentira é a incitação ao confronto entre pais e estudantes. A greve continua. Prezados pais e alunos: não aceitem as mentiras e ataques de quem quer que seja”, dizem em nota. Procurada, a Seduc não se manifestou até o momento desta reportagem.