antidemocrático

Ministério da Educação mantém intervenção no Cefet/RJ com nova nomeação

Sem consulta à direção, governo Bolsonaro trabalha para aparelhar escola de referência com sua ideologia de extrema-direita

twitter/reprodução
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A intervenção antidemocrática no Cefet motivou uma série de protestos do corpo acadêmico e também dos alunos

São Paulo – A comunidade acadêmica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ) denuncia nova manobra do Ministério da Educação (MEC) para manter uma intervenção na escola. Quebrando com a tradição democrática de eleição para diretores, o MEC, comandado por Abraham Weintraub, impôs a presença de mais um nome para a administração, o segundo desde agosto.

Foi publicado hoje (25), no Diário Oficial, o afastamento de Maurício Vieira e consequente nomeação de Marcelo Nogueira. “Consideramos um golpe à democracia da nossa instituição a nomeação. Não concordamos com a nomeação e com os processos de exoneração que há um mês têm sido feitos de forma pouco transparente e sem diálogo, e com designação inclusive de servidores externos e não capacitados”, afirmam, em carta, diretores e gerentes dos campi.

A professora Elika Takimoto critica a falta de transparência no processo. “O interventor nomeado em agosto chegou aqui dizendo que ia ficar até o fim da sindicância (que nós não temos sequer acesso! Não podemos nos defender porque não sabemos do que estão nos acusando!). Antes do interventor Maurício Aires sair, ele mudou várias direções aqui dentro. Faltando um mês para o término da execução orçamentária, ele nomeou outro diretor de planejamento! Corre o risco de termos de devolver milhões do nosso orçamento.”

A intervenção antidemocrática no Cefet motivou uma série de protestos do corpo acadêmico e também dos alunos. A ação autoritária indica tentativa de aparelhamento do centro pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL). “Por que trocaram toda a administração? Por que Aires, o primeiro interventor escolhido, aparelhou o Cefet e se mandou daqui deixando no lugar o Nogueira, que está totalmente alinhado com a chapa perdedora?”, questionou a professora.

O corpo acadêmico exige o retorno da normalidade democrática. “Nós, diretores e gerentes dos campi, repudiamos o prosseguimento desta intervenção, embalado numa sindicância que corre em sigilo. Não aceitamos a entrada de um grupo que não ganhou no voto na Direção Geral do Cefet.”