Mobilização

No Rio, comunidade volta às ruas pelo Cefet. ‘Estamos resistindo e pedindo socorro’

Comunidade escolar do Centro Federal de Educação Tecnológica segue nas ruas do Rio para pedir fim da intervenção federal

Elika Takimoto/Reprodução
Elika Takimoto/Reprodução
Nomeação do interventor passa por cima do processo eleitoral realizado pelo corpo escolar, explicam alunos e professores

São Paulo – Alunos e professores do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro estão nas ruas, nesta sexta-feira (23), para protestar contra a posse do interventor Maurício Aires Vieira, levado ao cargo de diretor-geral da instituição pelo governo de Jair Bolsonaro e seu ministro da Educação, Abraham Weintraub. Com faixas e cartazes, o corpo estudantil e acadêmico percorre a Radial Oeste, no entorno do Maracanã, na zona norte da cidade fluminense, pedindo o fim da intervenção federal.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a professora e coordenadora de Física do Cefet, Elika Takimoto, destacou a nova mobilização como uma “resistência”. “Esse ministro da Educação e esse governo Bolsonaro fascista estão querendo tirar a autonomia dos institutos e das universidades federais. Nós do Cefet estamos resistindo e pedindo socorro, ajuda e apoio para essa nossa luta que é uma luta de todos nós”, destaca Elika.

Essa já é a segunda mobilização realizada pelos estudantes e professores. Na segunda-feira (19), dia que o interventor tomaria posse do cargo, a comunidade escolar conseguiu impedir a entrada de Vieira na sala da direção e outras áreas da escola, de onde logo se retirou do local após 30 minutos de sua chegada. O interventor era assessor da Secretaria Executiva do Ministério da Educação, há três meses, mas, de acordo com os alunos e estudantes, em um processo que passou por cima da eleição interna da escola, foi nomeado diretor a mando do governo. Há 10 anos a eleição era feito sem interferência externa e, para este ano, o professor Maurício Motta já estava eleito para assumir o posto.

“Isso é fruto desse governo autoritário que nós estamos tendo, que mostra o tempo todo que não estamos em uma democracia, que as instituições não são respeitadas”, afirmou a professora de física em entrevista à RBA. Surpreso com relação à intervenção, o diretor-geral eleito disse à repórter Viviane Nascimento, do Seu Jornal, da TVT, que o processo de eleição já havia sido analisado internamente pelo MEC e só não havia assumido a posse do cargo por estar no aguardo da homologação. “O mais importante até para a gente ter uma solução sobre tudo o que está acontecendo é exatamente a conclusão do processo”.

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