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Filósofo da Unicamp registra apoio a ocupações e afirma: ‘Fechar escolas é crime’

Dermeval Saviani, professor da Unicamp, diz em vídeo que a luta dos estudantes está em convergência com uma luta histórica em defesa da escola pública de qualidade acessível a todos

reprodução/facebook nãofechemminhaescola

Escola Carlos Gomes, de Campinas, está ocupada desde o dia 13 deste mês

São Paulo – O pedagogo Dermeval Saviani, doutor em filosofia da educação e professor de história da educação da Unicamp, esteve ontem (21), na Escola Estadual Carlos Gomes, no centro de Campinas, no interior paulista, para prestar solidariedade à ocupação realizada desde o último dia 13 pelos alunos contra a reorganização do ensino proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Saviani, autor de Escola e Democracia, e de mais 14 livros de educação, gravou um vídeo na porta da escola para registrar seu apoio à mobilização estudantil em todo o estado. “Trata-se de uma mobilização que está em convergência com uma luta histórica que os educadores e a população deste país vêm desenvolvendo em defesa da educação pública, por uma escola pública de qualidade acessível a todos.”

Para o filósofo, a política apresentada pelo projeto da Secretaria de Educação de São Paulo, que implica fechamento de escolas, vai na contramão de tudo aquilo o que a população vem aspirando há anos: “Então, é possível resistir porque não há nada que justifique fechamento de escolas. Se nós queremos uma educação digna e de qualidade temos de ocupar todos os espaços para favorecer esse objetivo. Se o número de alunos diminuiu em termos da demanda da população, a reclassificação seria reduzir o número de estudantes por sala de aula para que os professores tenham melhores condições de trabalho, e nunca fechar escolas”.

Saviani finaliza seu depoimento mencionando o slogan do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) “Fechar escola é crime”, que se dirigia às escolas do campo, afirmando que a frase hoje vale também para as escolas da cidade. “Fechar escola é crime e este crime tem de ser penalizado e tem de ser revertido.”

Balanço

A página Não Fechem Minha Escola, no Facebook, informa que hoje, às 6h, a Escola Estadual Professor Emygdio de Barros, no Butantã, zona oeste da capital, também foi ocupada, o que eleva para 83 o número de estabelecimentos. De acordo com o último balanço divulgado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial (Apeoesp), até ontem 82 escolas haviam sido ocupadas, Dessas, cinco foram desocupadas.