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Estudantes protestam contra fechamento de classes e desvio na merenda em São Paulo

Número de salas de aula fechadas neste ano em escolas estaduais paulistas chegou a 1.160 em 18 de fevereiro, em levantamento parcial da Apeoesp

reprodução/ Não fechem minha escola

Estudantes de escola estadual de Diadema levantam faixa em protesto aos desvios na merenda

São Paulo – Professores e estudantes realizam hoje (23) manifestação. na Assembleia Legislativa de São Paulo, contra o fechamento de classes e turnos em escolas da rede estadual paulista, um processo chamado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) de “reorganização escolar silenciosa”, em referência ao projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que fecharia pelo menos 94 escolas e que foi barrado pela Justiça no final do ano passado.

O número de salas de aula fechadas neste ano em escolas estaduais paulistas chegou a 1.160 em 18 de fevereiro, ainda em um levantamento parcial da Apeoesp, que contabilizou dados de 48 das 93 regiões em que divide o estado. A entidade afirma que também tem recebido denúncias de fechamento de turnos e recusa de matrículas.

A concentração ocorre desde as 13h. Os manifestantes seguirão em marcha até o vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Estava prevista para a tarde de hoje uma audiência pública para debater a situação da educação no estado, mas houve falha na convocação o evento pela mesa diretora da Casa e deve haver reagendamento.

Os manifestantes exigem também alimentação escolar de qualidade e a instalação de CPI para apuração de desvios dos recursos da merenda escolar, além de políticas de valorização dos profissionais da Educação e aprovação do Plano Estadual de Educação.

A Operação Alba Branca, do Ministério Público do Estado (MPE), investiga os desvios na compra de alimentos para merenda escola da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos na ação policial foram citados o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, que já foi secretário da Agricultura.

De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) – que mantinha contratos com diversas prefeituras e com o governo estadual – liderava um esquema de pagamento de propina. A empresa também é investigada por fraudar a “chamada pública” que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. A cooperativa, por sua vez, adquiria mercadorias também de grandes produtores e na central de abastecimento do estado, segundo o Ministério Público.