#18OPelaEducacao

Estudantes ocupam a frente do MEC, em Brasília, sob gritos de ‘Fora Bolsonaro genocida’

Em manifestações equivalentes ao chamado “Tsunami da Educação”, travado em todo o país no início do governo Bolsonaro, atos contra os cortes na educação e a corrupção do atual presidente também foram seguidos em dezenas de cidades na manhã desta terça

UNE/Brasília
UNE/Brasília
A manifestação em Brasília(foto) também mostrou apoio dos estudantes ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que concorre ao Palácio do Planalto

São Paulo – Dezenas de estudantes ocuparam a frente do prédio do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, na manhã desta terça-feira (18), em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) e os sucessivos cortes orçamentários na educação e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Com cartazes, faixas e palavras de ordem por “Fora Bolsonaro Genocida”, eles lembraram do anúncio, feito no início do mês pela atual gestão, de confisco de R$ 2,4 bilhões do orçamento do MEC para abastecer o chamado “orçamento secreto” – criado por Bolsonaro para angariar apoio no Congresso de políticos do “centrão”. 

O ato teve início às 9h, no Viaduto da Galeria dos Estados, de onde os estudantes marcharam ao lado de entidades, organizações, sindicatos e partidos. A manifestação também mostrou apoio da categoria ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que concorre ao Palácio do Planalto contra Bolsonaro no próximo dia 30. Durante a marcha, os estudantes também destacaram que os cortes na educação teriam impactos diretos sobre os cofres da rede, inviabilizando o funcionamento de universidades e institutos federais. 

A manifestação quase foi impedida pelo governo Bolsonaro que, após o anúncio de desvio, voltou atrás da decisão para tentar desmobilizar os estudantes. A categoria, no entanto, decidiu manter os atos contra o presidente em todo o país. Conforme mostrou reportagem da RBA, o próprio Bolsonaro voltou a atacar ao editar três portarias, na sequência, abrindo espaço no orçamento para os ministérios da Economia, do Desenvolvimento Regional e do Trabalho e Previdência bloquearem recursos do do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal financiador da ciência no pais, o que inclui bolsas de pós-graduação.

Fora Bolsonaro e Tarcísio em São Paulo

Durante a manhã, os protestos lembraram o tsunami da educação que levou milhares às ruas em defesa do ensino público ainda no início do governo Bolsonaro. Além da capital federal, houve protesto na entrada do portão 1 da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, zona oeste da capital. O ato também mostrou a oposição dos estudantes ao candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ex-ministro de Bolsonaro e apoiado pelo presidente, Tarcísio é considerado também um risco para as universidades públicas de São Paulo. 

Na ocasião, os manifestantes mostraram apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT). Mesmo sob chuva, estudantes também protestaram contra Tarcísio e Bolsonaro em Sorocaba, no interior paulista. As entidades representativas dos estudantes secundaristas (Ubes), universitários (UNE) e da pós-gradução (ANPG), que convocaram os atos, também registraram mobilizações em Salvador. 

Na capital baiana, milhares de alunos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) percorreram a região central, por volta das 10h20, até a Praça Municipal, brandando “Bolsonaro, seu fascistinha, os estudantes vão botar você na linha”. Ainda na Bahia, os estudantes também protestaram nos municípios de Irecê, Porto Seguro, Eunápolis, Barreiras, Ilhéus, Itabuna, Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus contra os cortes na educação. 

Mais protestos

Protestos também foram registrados em Juazeiro do Norte (CE), em Recife e na Universidade Federal do Rio Grande (Furg, RS). O protesto na instituição contou com o apoio da reitoria, que emitiu portaria, na manhã desta terça, suspendendo as atividades acadêmicas e administrativas diante da mobilização deflagrada pelas entidades em defesa das universidades. 

No Twitter, a UNE destacou que a educação pública vem sendo “refém de um orçamento que ano a ano vem diminuindo para bancar tramoias de apoiadores políticos do presidente. Não aceitaremos mais corrupção e aparelhamento do MEC. E para isso é preciso derrotar o inimigo número UM da educação e dos estudantes brasileiros”, frisou. 

As manifestações seguem ao longo desta tarde com atos previstos em mais de 20 estados, incluindo São Paulo, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, a partir das 17h, e no Rio de Janeiro, a partir das 16h, na Candelária, região central. 

Confira imagens dos atos