São Paulo

Entidades querem prazo menor para merenda 100% orgânica nas escolas municipais

Prefeitura alega que produtores não conseguiriam atender demanda de mais de 2 milhões de refeições por dia em menos de 27 anos

Divulgação/PMSP

Produtores alegam capacidade para suprir toda a rede municipal de SP com produtos orgânicos em até 11 anos

São Paulo – Associações, coletivos e outras entidades da sociedade civil lutam para que a merenda das escolas municipais de São Paulo seja 100% o mais rápido possível. A prefeitura argumenta que a produção orgânica não deve conseguir suprir toda a demanda, de cerca de 2,17 milhões por dia, em menos de 27 anos. Já os produtores alegam capacidade para o cumprimento da meta em 11 anos.

Esse foi um dos temas abordados durante reunião da Frente Parlamentar de Apoio à Agricultura Orgânica e pelo Desenvolvimento da Agroecologia, na Assembleia Legislativa de São Paulo. A consulta pública para incluir a alimentação orgânica nas escolas paulistanas termina no próximo domingo (25). A lei da alimentação escolar orgânica foi aprovada no início deste ano, na Câmara municipal, e sancionada pelo prefeito Fernando Haddad.

Nós imaginamos que é um tempo extremamente razoável para que essa produção possa crescer, paulatinamente, e chegar a 100% da alimentação orgânica na cidade de São Paulo”, afirma Márcio Stanziani, da Associação de Agricultura Orgânica, à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

Ele cita a experiência do Paraná, em que os produtores orgânicos conseguiram registrar taxas de crescimento de 10% ao ano, garantindo o atendimento da demanda das escolas estaduais, com mais de 2 milhões de refeições por dia, números comparáveis com a capital paulista. No país todo, segundo Márcio, a produção orgânica cresce 20% ao ano.

Para ele, a lei que garante merenda orgânica nas escolas municipais é indutora da produção e deve estimular a conversão de produtores convencionais para procedimentos mais saudáveis, mas que para fazer a transição seria necessário contar com apoio técnico. Márcio acredita também que a lei é importante para a popularização da alimentação orgânica, ainda vista como elitizada.

O integrante da Associação de Agricultura Orgânica lembra que esse modelo de produção contribui ainda para a preservação ambiental e para a fixação das comunidades no campo.

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