fechamento de escolas

Professores da Universidade Federal de São Carlos repudiam reorganização de Alckmin

Para educadores, governo é autoritário, desrespeita a Constituição e a LDB e seu projeto de reorganização, sem fundamento pedagógico, vai fechar escolas e demitir trabalhadores da educação

Rovena Rosa/ABr

Constrangimento de alunos que participam das ocupações pela polícia está entre os pontos repudiados pela UFSCar

São Paulo – Professores e demais servidores dos departamentos de Educação, Letras, Ciências Sociais, Psicologia, Geografia, Turismo, Humanidades e Biologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulgaram hoje (30) carta de repúdio à reorganização do ensino feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Por meio do documento, eles repudiam o “completo desrespeito à população em geral e às comunidades afetadas pela decisão que têm manifestado, nas ruas e por meio da ocupação das escolas – que são do povo e não do governo –, sua indignação frente à autoritária decisão, voltada à economia de gastos públicos, num campo que se constitui incontestavelmente num dos mais importantes investimentos que a nação pode fazer em relação ao seu futuro”.

Ainda segundo o documento, a medida arbitrária desrespeita a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e um “governo democrático, antes da tomada de decisão, apresentaria a proposta e, transparentemente, seu detalhamento e justificativas; consultaria e, portanto, dialogaria com a comunidade envolvida, que é diretamente afetada pela decisão – estudantes, pais e mães, professores e professoras, servidores e servidoras técnico administrativos, diretores e diretoras”.

Eles lamentam ainda a explicação genérica sobre a potencial destinação posterior dos prédios escolares desocupados a outros usos públicos, porque evidencia ainda mais o imediatismo e, portanto, a falta de planejamento, que é inadmissível aos gestores públicos.

Repudiam ainda a “trágica medida de coagir estudantes que participam das ocupações das escolas, por meio de filmagens feitas pela Polícia Militar e de registro dos números de documentos, constrangendo estudantes e inibindo manifestações frente às decisões dos seus governantes, que são questionáveis, sim, pois vivemos em um Estado Democrático”.