USP tem segundo turno de votação para reitor

Futuro da universidade está concentrado nas mãos de 320 integrantes de uma comunidade de 100 mil pessoas

A Universidade de São Paulo (USP) define nesta terça-feira (10) os três nomes que serão enviados para que o governador José Serra escolha o próximo reitor. O método de eleição da administração da USP, tido como um dos mais fechados do país, fica ainda menos representativo nesta espécie de segundo turno.

Votam apenas os membros do Conselho Universitário e dos Conselhos Centrais, cerca de 320 integrantes em uma comunidade de cem mil pessoas. Além disso, a maioria é de professores titulares, que estão há décadas na universidade, havendo pouca representatividade de alunos e funcionários, além de docentes em início de carreira.

Os três nomes mais votados pelo Colégio Eleitoral serão levados para o governador José Serra, que definirá a escolha do próximo reitor – no geral, os governadores têm respeitado a ordem da lista, nomeando o mais votado.

Trabalhadores e estudantes marcaram para a frente do prédio da reitoria uma manifestação contra o método de escolha do reitor. O ato de boicote, que para alguns tem a intenção de impedir a votação, foi marcado para o meio-dia, uma hora e meia antes do início da votação.

Para felicidade dos críticos do atual modelo, segue-se uma metodologia que não é muito diferente da escolha do papa. Após a primeira rodada, o mais votado está eleito e, caso nenhum dos demais candidatos chegue ao número necessário, acontece uma segunda escolha. Se necessário, há um terceiro escrutínio até que sobrem apenas três nomes.

Concorrem neste segundo turno oito professores. Um dos favoritos é Glaucius Oliva, diretor do Instituto de Física de São Carlos, vencedor da primeira rodada com 756 dos votos válidos. Caso vença, será a terceira administração consecutiva da USP de um docente do interior. Oliva pode suceder Suely Vilela, de Ribeirão Preto, que por sua vez assumiu a reitoria depois de Adolpho Melfi, de Piracicaba.

Outro bem cotado nos bastidores é João Grandino Rodas, diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, segundo colocado no primeiro turno. Depois vêm, pela ordem de votação: Armando Corbani Ferraz,  pró-reitor de Pós-Graduação; Francisco Miraglia, professor do Instituto de Matemática e Estatística e único dos candidatos oficiais que não ocupa cargo de direção; Sonia Penin, diretora da Faculdade de Educação e ex-pró reitora de Graduação; Ruy Altafim,  pró-reitor de Cultura e Extensão; Wanderley Messias, que comanda a Coordenadoria de Comunicação Social; e Sylvio Sawaya, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.