PIB cresce 0,5% no terceiro trimestre

Rio de Janeiro – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, […]

Rio de Janeiro – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,5% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, o crescimento havia sido de 1,8%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o instituto, o crescimento do terceiro trimestre foi de 6,7% quando comparado ao mesmo período do ano passado. O PIB acumulado do ano teve um crescimento de 8,4% em relação ao dos três primeiros trimestres de 2009. No acumulado dos 12 meses, o crescimento chega a 7,5%.

O IBGE também revisou os dados do PIB de 2009, que foi corrigido para – 0,6%, e do primeiro semestre de 2010, que passou para 9,2%, em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Os serviços foram o único dos três setores produtivos da economia que apresentaram crescimento no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. O segmento apresentou alta de 1% no período, enquanto os setores de agropecuária e indústria tiveram quedas de 1,5% e 1,3%, respectivamente.

A formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, teve um crescimento de 3,9% no período. O consumo das famílias também apresentou aumento, com taxa de 1,6%. Já o consumo do governo ficou estável.

Na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2009, todos os segmentos apresentaram crescimento: indústria (8,3%), agropecuária (7,0%), serviços (4,9%), formação bruta de capital fixo (21,2%), consumo das famílias (5,9%) e consumo do governo (4,1%).

No acumulado do ano, as taxas são: indústria (12,3%), agropecuária (7,8%), serviços (5,7%), formação bruta de capital fixo (25,6%), consumo das famílias (6,9%) e consumo do governo (4,1%).

Ministro

Em Brasília, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, minimizou o anúncio de redução no crescimento da economia no terceiro trimestre feito pelo IBGE. O ministro, que pela manhã esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, explicou que o Brasil continua crescendo e, embora o resultado seja proporcionalmente menor, ele foi calculado sobre uma base maior.

“O que nós tivemos de resultado até o terceiro trimestre indica que mesmo não tendo crescimento no último trimestre, vamos crescer 7,4% a 7,5% neste ano. O ritmo de crescimento está superior a 8% ao ano.”

O ministro explicou ainda que o resultado se deve à revisão feita nos valores de crescimento do ano passado: em vez de diminuir 0,2%, decresceu 0,6%.

“O destaque que eu falei para o presidente foram os investimentos que estão batendo 18,3% e continuam crescendo. Tivemos 3,9% de investimentos neste último trimestre. Tudo indica que vamos ter um bom crescimento dos investimentos”, disse.

Importações

As importações cresceram 7,4% no segundo trimestre deste ano, enquanto as exportações tiveram um crescimento de apenas 2,4% no mesmo período. O déficit nas contas externas foi um dos principais motivos para que o país tivesse uma necessidade de financiamento da economia brasileira de R$ 24,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O valor é o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando a necessidade de financiamento foi de R$ 12 bilhões.

As importações apresentaram um aumento de 40,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, o maior crescimento da série histórica, iniciada em 1996. O coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, disse acreditar, no entanto, que o crescimento das importações não chega a prejudicar o crescimento do PIB brasileiro.

“Olhando a qualidade das importações, pode-se verificar que isso não é um destaque negativo. Elas estão atendendo a um crescimento de demanda, de renda. No terceiro trimestre, há uma importação significativa de bens de capital, ou seja, você tem uma parcela grande de investimento. Ao se importar, você não amortece o crescimento, você está aumentando seu potencial de PIB e está atendendo a uma demanda, que neste momento, não se está podendo atender internamente. Não quer dizer que você não conseguirá atendê-la daqui para a frente”, disse.

Entre os destaques na pauta de importações brasileira, figuram, além de máquinas e equipamentos, itens de siderurgia, têxteis, veículos, refino de petróleo, plásticos e produtos químicos, entre outros.

Edição: Fábio M. Michel