Segunda queda seguida

PIB cai 0,6% no segundo trimestre; em 12 meses, tem alta de 1,4%

Resultados da indústria e dos serviços foram negativos. Consumo das famílias perde ritmo. Investimento diminui

Agência brasil

No semestre, a indústria mostra queda de 1,4%

São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,6% do primeiro para o segundo trimestre, segundo informou  hoje (29) o IBGE. É a segunda queda trimestral seguida. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a retração é de 0,9%. Nos seis primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2013, o PIB cresce 0,5%. No acumulado em 12 meses, sobe 1,4%. Em valores correntes, foi calculado pelo instituto em R$ 1,271 trilhão.

Os dados do PIB acumulados em 12 meses vinham se mantendo, até então, em taxas acima de 2%. As variações foram de 2% no segundo trimestre do ano passado, 2,4% no terceiro, 2,5% no quarto e também 2,5% no primeiro trimestre deste ano, chegando a 1,4% agora.

Um resultado negativo já era previsto, pelo menor ritmo de atividade econômica. Alguns economistas se apressam a falar em “recessão técnica”, pelo fato de o PIB ter recuado pelo segundo trimestre seguido, mas essa definição não representa um consenso. Outros ponderam que a retração é moderada. Além disso, há indicadores positivos, como os relativos ao mercado de trabalho.

Também do primeiro para o segundo trimestre deste ano, a indústria recuou 1,5% e os serviços, 0,5%. Apenas a agropecuária teve variação positiva, de 0,2%. Em relação aos três primeiros meses de 2013, a indústria também caiu (-3,4%, com a indústria de transformação recuando 5,5%), os serviços tiveram leve alta, de 0,2%, e a agropecuária ficou estável (0%). As exportações de bens e serviços tiveram expansão de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%.

No semestre (0,5%), a indústria mostra queda de 1,4%. A agropecuária sobe 1,2% e os serviços, 1,1%. No resultado acumulado em quatro trimestres, até junho (1,4%), os serviços sobem 1,6%, a agropecuária tem alta de 1,1% e a indústria, de 0,5%.

Investimento

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), importante indicador de investimentos, cai em todas as comparações: -5,3% do primeiro para o segundo trimestre (quarto recuo seguido), -11,2% em relação aos três primeiros meses de 2013, -6,8% no semestre e -0,7% em12 meses.

A taxa de investimento no segundo trimestre foi de 16,5% do PIB, abaixo de igual período do ano anterior (18,1%, um nível já considerado aquém do necessário). E a taxa de poupança passou de 16,1% para 14,1%.

O consumo das famílias perde intensidade, embora mantenha a variação positiva. Aumentou 0,3% do primeiro para o segundo trimestre deste ano e 1,2% ante o segundo trimestre do ano passado – foi a 43ª alta consecutiva nesse tipo de comparação. Cresce 1,7% no semestre e 2,1% em 12 meses. Em valores correntes, somou R$ 799,4 bilhões no segundo trimestre.

O consumo do governo (R$ 271,8 bilhões) caiu 0,7% em relação ao primeiro trimestre. Tem altas de 0,9% sobre o segundo trimestre do ano passado, 2,1% no semestre e 2,2% em 12 meses.