Parceria

Haddad faz reuniões em busca de investimentos chineses, de 5G a carro elétrico

Ministro destacou encontros com representantes da Huawei, para tratar de investimentos no 5g, e com empresas do setor automobilismo, para impulsionar o carro elétrico no Brasil

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
"Há um desejo muito grande da China em investir no Brasil, em todas as áreas", afirmou Haddad

São Paulo – Em visita oficial à China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou extraordinário o balanço do primeiro dia de reuniões durante a visita da comitiva presidencial à China. “Há um desejo muito grande da China em investir no Brasil, em todas as áreas”, afirmou o ministro, nesta quinta-feira (13), em entrevista à GloboNews.

“Tivemos uma série de reuniões sobre investimentos diretos da China no Brasil além do comércio exterior, já que o fluxo de exportação e importação entre os dois países bate recorde ano após ano”, disse o ministro em Xangai.  

Fazenda lança ‘pacote verde’ no mês que vem para estimular economia sustentável

A China é o principal parceiro comercial do Brasil. De acordo com o ministro, os chineses estão interessados em investir, entre outros setores, em infraestrutura, comunicação e mobilidade. 

Ele destacou encontro com representantes da gigante de tecnologia Huawei. Haddad citou que a empresa “está com o 5G no Brasil e quer continuar investindo em conectividade”. Também houve reunião com empresas do setor automobilístico. “Em especial na questão do carro elétrico, que é a tendência de substituição da frota de combustível fóssil, em decorrência da questão climática”, pontuou.

Contornando o dólar

Haddad também falou sobre a realização de transações comerciais entre países com moedas locais. Para o ministro, esta é uma forma de “escapar da camisa de força de ter comércio fixado em moeda de um país que não faz parte da transação”.   

“Existem várias modalidades de comércio bilateral que não precisam de uma moeda de um terceiro país para acontecer. O presidente Lula tem o interesse em patrocinar este tipo de comércio local sem essa necessidade de uma outra moeda”, afirmou o ministro, que salientou ver com muita tranquilidade esta discussão.  

Anteriormente, o presidente Luiz Inácio Lula já havia criticado a hegemonia do dólar norte-americano, durante pronunciamento na cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai. “Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade?”, questionou.

Nesse sentido, Haddad disse que não acredita em mal-estar com os Estados Unidos por conta da visita a Huawei. Ou então pelas críticas de Lula ao predomínio do dólar. “Os Estados Unidos sabem que podem contar como Brasil como um país que concorre para o melhor pro mundo”, afirmou.

Rumo a Pequim

Haddad concedeu a entrevista momentos antes da comitiva brasileira embarcar rumo a Pequim. Lá, segundo o ministro, as reuniões terão teor mais político com ênfase, principalmente, no papel do Brasil como mediador na busca pela paz mundial.    

“O Brasil é uma potência regional com um papel de liderança na América do Sul importante”, explicou. A comitiva brasileira será recebida pelo presidente chinês, Xi Jinping, e além de tratar de relações comerciais e do cenário político global, a agenda prevê a assinatura de acordos entre os dois países.