Política monetária

Haddad espera ‘cortes consistentes’ de juros a partir de agosto

Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter em 3% a meta de inflação entre 2024 e 2026. A partir de 2025, meta será “contínua”, e não mais anual

Diogo Zacarias
Diogo Zacarias
Sobre os juros, Haddad voltou a defender uma harminização entre as politicas monetária e fiscal

São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (29) que o governo espera “cortes consistentes” na taxa básica de juros – a Selic – a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em agosto. Assim, ele voltou a defender que haja uma “harmonização” das políticas monetária e fiscal.

“Por tudo que está acontecendo, há uma grande expectativa da área econômica do governo de que, a partir de agosto, nós tenhamos cortes consistentes das taxas de juros, em virtude do fato de que os indicadores todos estão demonstrando convergência e uma preocupação muito grande com o resultado do crescimento econômico a partir do ano que vem”, disse.

Metas de inflação

Haddad, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, participaram hoje de uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2024 e 2025, o CMN decidiu manter a meta de inflação em 3%, com tolerância 1,5 ponto percentual. O órgão também definiu igualmente as mesmas metas para 2026.

O ministro, no entanto, anunciou uma mudança: “Adotaremos agora a meta contínua a partir de 2025”. Assim, a meta de inflação deixará de levar em conta o atual ano-calendário — ou seja, de janeiro a dezembro. Desse modo, a autoridade monetária vai trabalhar com um horizonte alargado para o cumprimento da meta de inflação.

Haddad classificou a mudança como uma “modernização necessária” que coloca o Brasil em “sintonia” com a maioria dos países. “Em alguns momentos da história, o governo ficou preocupado em estourar a meta em um ano específico e acabou tomando medidas no final do ano que fizesse com que aquela inflação caísse de forma pontual e que gerou uma alocação de recursos que não era a mais eficiente do ponto de vista econômico. E grande parte dos países não tem meta de ano-calendário.”