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Desemprego sobe e atinge mercado formal e renda, aponta IBGE

Em um ano, país tem 3 milhões de desempregados a mais, atingindo 12 milhões. São menos 2,2 milhões de ocupados, com perda de 1,3 milhão de vagas com carteira. Massa de rendimentos cai quase R$ 7 bi

Arquivo/EBC

Setor da construção civil caiu 3,7%, com o fechamento de 171 mil vagas no último trimestre

São Paulo – A taxa de desemprego no país subiu para 11,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo o IBGE, com uma estimativa de 12,022 milhões de desempregados, 437 mil a mais ante junho (3,8%) e 3,043 milhões a mais do que há um ano (33,9%). Um ano atrás, a taxa era de 8,9%. O número não aumentou em relação ao trimestre imediatamente anterior porque houve saída de pessoas do mercado de trabalho. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, foram divulgados na manhã de hoje (27) pelo instituto.

O total de ocupados (88,835 milhões) caiu 1,1% na comparação com o trimestre encerrado em junho (menos 963 mil). Em um ano, são 2,255 milhões de postos de trabalho a menos (-2,4%). A queda na ocupação, somada ao menor rendimento, causa perda de quase R$ 7 bilhões no mercado de trabalho brasileiro.

Esse desempenho negativo se reflete também no mercado formal. O número de empregados com carteira assinada no setor privado (34,110 milhões) caiu 0,9% no trimestre (menos 314 mil) e 3,7% em um ano (menos 1,306 milhão).

Os empregados sem carteira (10,269 milhões) mantêm-se relativamente estáveis nesses períodos, com variações de 1,8% e 0,9%, respectivamente. Já o total de trabalhadores por conta própria (21,854 milhões) cai 4,7% (menos 1,069 milhão) e 1,7% (menos 378 mil).

Atividade

Entre os setores, a indústria fica relativamente estável em relação a junho (-0,7%), mas cai 10,1% em um ano, com perda de 1,301 milhão de vagas. O comércio/reparação de veículos registra quedas de 1,8% ante junho e de 2,8% em relação ao no passado, fechando 501 mil postos de trabalho. A construção cai 3,7% e 2,3% (menos 171 mil).

Ainda na comparação anual, a agricultura perde 442 mil ocupações (-4,7%). Dois setores ligados a serviços têm alta: transportes, armazenagem e correio (5,2%, com acréscimo de 220 mil vagas) e alojamento e alimentação (8%), com mais 345 mil). A administração pública (que inclui defesa, seguridade social e outras áreas) cresce 2%, criando 306 mil postos de trabalho.

O rendimento médio, estimado em R$ 2.015, cresceu 0,9% frente ao trimestre abril/junho. Na comparação anual, cai 2,1%.

A massa de rendimentos praticamente não variou em relação ao último trimestre (0,1%) e registra queda anual de 3,8%, para um total de R$ 176,787 bilhões. Uma retração de R$ 6,9 bilhões em 12 meses.