Desemprego

Mercado de trabalho elimina vagas, e renda encolhe R$ 5 bi em um ano

Número de desempregados foi estimado em 12 milhões no trimestre encerrado em agosto, 3 milhões a mais do que há um ano. Massa de rendimentos cai 3%, para R$ 177 bilhões. Setor formal perde vagas

Marcelo Camargo/ABr

Construção fechou com 103 mil (-1,4%); IBGE considerou que houve estabilidade no setor

São Paulo – A perda contínua de postos de trabalho afeta também a renda disponível na economia, como demonstram números divulgados hoje (30) pelo IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. A taxa nacional de desemprego foi a 11,8% no trimestre encerrado em agosto, acima de maio (11,2%) e de igual período do ano passado (8,7%) – é a maior da série, iniciada em 2012. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o número de ocupados recuou 0,8%, menos 712 mil, e o de desempregados subiu 5,1%, mais 583 mil, para um total estimado em 12,024 milhões. Na comparação anual, a ocupação cai 2,2% (menos 1,991 milhão) e o desemprego aumenta 36,6%: mais 3,220 milhões.

Estimado em R$ 2.011, o rendimento médio ficou estável em relação ao trimestre março/maio (-0,2%) e variou -1,7% ante junho e agosto de 2015.  A massa de rendimentos, de quase R$ 177 bilhões, também não teve variação considerada significativa na comparação com maio, mas caiu 3% em 12 meses. Isso equivale a aproximadamente R$ 5,5 bilhões a menos.

Também em relação a 2015, a indústria perdeu 1,420 milhão de postos de trabalho, queda de 11%. Segmentos ligados a informação, comunicação e atividades financeiras e imobiliárias eliminou 996 mil vagas (-9,4%) e agricultura/pecuária, outras 272 mil (-2,8%). O comércio/reparação de veículos fechou 279 mil (-1,6%) e a construção, 103 mil (-1,4%) – nestes dois casos, o IBGE considerou que houve estabilidade, assim como em serviços domésticos, que variou 2,5% (mais 511 mil).

Três setores tiveram alta na comparação com agosto de 2015. Administração pública, que inclui outros segmentos, cresceu 3,5%, com acréscimo de 538 mil vagas. Setores de transporte, armazenagem e correio cresceram 4,4% (188 mil). Nas áreas de alojamento e alimentação, o aumento foi de 5,3%, com mais 232 mil. O total de ocupados no país é estimado em 90,137 milhões.

Relativamente estável ante maio, o número de empregados no setor privado com carteira assinada (34,176 milhões) caiu 3,8% em 12 meses: 1,363 milhão. No mesmo período, os sem carteira variaram 1,2% (mais 122 mil) e aqueles por conta própria, 0,4% (86 mil). A maior queda se deu entre os chamados trabalhadores familiares auxiliares familiares (de apoio a atividades econômicas da família): -22,7% (614 mil a menos).