Bolso

Combustíveis e gás têm alta, e preços dos alimentos sobem menos em janeiro

Com variação para baixo no primeiro mês de 2023, indicador oficial de inflação soma 5,77% em 12 meses, depois de ter fechado o ano passado em 5,79%. INPC registrou 5,71%

Reprodução/Montagem RBA
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Gasolina, gás e tomate subiram de preço, cebola caiu

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,53% em janeiro, abaixo do mês anterior (0,62%) e quase igual a janeiro de 2022 (0,54%). Com isso, o indicador oficial de inflação no país soma 5,77% em 12 meses, depois de ter fechado o ano passado em 5,79%. Os dados divulgados na manhã desta quinta-feira (9) pelo IBGE mostram alta nos combustíveis e no gás encanado, enquanto os preços dos alimentos subiram menos.

Oito dos nove grupos pesquisados tiveram aumento no primeiro mês do ano. A exceção foi Vestuário (-0,27%), que caiu após quase dois anos de altas. Os que tiveram maior impacto foram Alimentação e Bebidas (0,59%) e Transportes (0,55%), que representaram 0,13 e 0,11 ponto percentual, respectivamente. Assim, esses dois grupos somados responderam por quase metade do índice geral.

Aumentos e quedas

No primeiro caso, o item alimentação no domicílio variou 0,60%, ante 0,71% em dezembro. Subiram preços de produtos como batata inglesa (14,14%), tomate (3,89%), frutas (3,69%) e arroz (3,13%). Por outro lado, caíram cebola (-22,68%), frango em pedaços (-1,63%) e carnes (-0,47%).

Preços da cesta básica em janeiro aumentam na maioria das capitais, principalmente no Nordeste

Fora do domicílio (0,57%), o lanche subiu 1,04%, representando 0,02 ponto. Já a refeição fora aumentou duas vezes mais do que em dezembro, de 0,19% para 0,38%. Segundo o IBGE, também ficaram mais caros produtos como refrigerantes e água mineral (0,81%) e cerveja (0,43%).

Gasolina e impacto do IPVA

Já no grupo Transportes, os combustíveis tiveram alta de 0,68% em janeiro – 0,83% no caso da gasolina e 0,72% no etanol. Outros registraram queda, como óleo diesel (-1,40%) e gás veicular (-0,85%).

O IBGE destaca ainda itens como emplacamento e licença (1,60%), com impacto do IPVA, e automóvel novo (0,83%). Por sua vez, caíram os preços médios do transporte por aplicativo (-17,03%, após alta de 10,67% em dezembro). Ainda nesse grupo, o custo médio do ônibus urbano subiu 0,91%, com reajustes de tarifa no Rio de Janeiro e em Vitória. O táxi (3,03%) também teve reajuste, no Rio e em Salvador. O instituto cita ainda aumento do pedágio em São Paulo, Vitória e Curitiba. 

TV por assinatura em alta

Grupo de maior alta no mês, Comunicação (2,09%) teve influência dos itens TV por assinatura (11,78%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,24%). Somados, tiveram impacto de 0,09 ponto índice de inflação de janeiro. Subiram ainda os aparelhos telefônicos (0,44%) e serviços de acesso à internet (2,09%).

Saúde e Cuidados Pessoais passou de 1,60%, em dezembro, para 0,16%. Segundo o IBGE, isso se deve ao recuo de itens de higiene pessoal: os preços dos perfumes e dos artigos de maquiagem caíram 5,86% e 1,51%, respectivamente. A maior contribuição (0,04 ponto) veio dos planos de saúde, com alta de 1,21% no mês.

Em Habitação (0,33%), a taxa de água e esgoto teve aumento de 1,44%, devido a reajustes e Belo Horizonte, Brasília e Campo Grande. Já o gás encanado subiu 4,10%, com altas no Rio e em São Paulo. Os preços do gás de botijão, por sua vez, recuaram 1,19%. A variação da energia elétrica (0,19%) ficou próxima à de dezembro (0,20%).

Inflação sobe na maioria das regiões

Por fim, Vestuário (-0,27%) recuou depois de 23 meses seguidos de aumento. Caíram os preços das roupas femininas (-1,37%), masculinas (-0,11%) e infantis (-0,21%). Os de calçados e acessórios subiram menos do que em dezembro, de 1,09% para 0,73%.

Entre as 16 áreas pesquisadas, 14 tiveram alta. A menor variação foi apurada em Curitiba (-0,05%) e a maior, em Salvador (1,09%). No acumulado em 12 meses, o IPCA vai de 4,24% (Goiânia) a 6,67% (Grande São Paulo).

INPC soma 5,71%

Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,46%, ate 0,69% em dezembro e 0,67% em janeiro do ano passado. Agora, soma 5,71% em 12 meses, abaixo do período anterior (5,93%). Os produtos alimentícios passaram de 0,74%, em dezembro, para 0,52%. E os não alimentícios, de 0,67% para 0,44%.

O INPC, também calculado pelo IBGE, mede a inflação de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendimento médio mensal de 1 a 5 salários mínimos.