queda de braço

Randolfe defende fala de Lula sobre juros: ‘Onde foi estabelecido que o debate não pode ser feito?’

Senador Randolfe Rodrigues diz que governo quer chegar ao fim do ano com a taxa básica de juros em 7% ou 8%

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado
Governo quer chegar ao final do ano com uma taxa básica de juros de 8% ou 7%, diz senador

São Paulo – O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta quarta-feira (8), que a aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal permitiriam um arrefecimento nas taxas de juros. Segundo o parlamentar, o objetivo do Planalto é chegar ao final do ano com uma taxa básica de juros de 8% ou 7%. Hoje, a Selic está em 13,75%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já falou das medidas econômicas mencionadas por Randolfe, que incluem mudanças no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

“Não tem como o país crescer com o nível atual de juros. Se nós nos resignarmos aos 13,75%, a gente vai se conformar com 0,77% de crescimento no final do ano. Nós não aceitamos”, disse Randolfe, sobre a política monetária do Banco Central conduzida por Roberto Campos Neto. “Onde foi estabelecido que o debate da taxa de juros não pode ser feito pela sociedade e pela política?”, questionou, após a reunião do Conselho Político nesta quarta.

Nos últimos dias o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas ao Banco Central e à gestão da instituição conduzida por seu presidente.

“Economia voltará a crescer”

“Não tem nenhuma justificativa para que a taxa de juros esteja em 13,75%, é uma vergonha o aumento e a explicação que deram para a sociedade”, disse Lula na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, na segunda-feira (6). As declarações não foram bem recebidas pelo mercado. Já hoje, na reunião do Conselho, ele não falou de juros ou BC, mas avisou: “A economia voltará a crescer. A gente não tem que pedir licença para governar”.

Assim como Randolfe, nesta quarta, o  ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também falou com jornalistas após a reunião do Conselho e rebateu as informações de que haveria uma discussão sobre mudanças na lei de autonomia do Banco Central.

“O presidente Lula, quando fala, traz as dores e anseios de quem quer uma taxa de juros cada vez menor no país, de quem acredita que a gente precisa ter condições melhores para os empresários (poderem) investir no país, pegar crédito para gerar emprego e retomar investimentos”, disse Padilha. Segundo ele, Lula já mostrou ter que “tem o histórico de compromisso firmado com a combinação da responsabilidade fiscal e da responsabilidade socioambiental”, acrescentou.