5,60%

Matrículas escolares pressionam inflação em fevereiro, mas IPCA em 12 meses recua

Resultado reflete início do ano letivo, afirma IBGE. Energia e aluguel subiram e preço dos alimentos desacelerou

Reprodução/Montagem RBA
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Matrícula escolar foi o item que mais pressionou a inflação em janeiro. Energia, plano de saúde e aluguel também contribuíram

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como indicador oficial da inflação, variou 0,84% no mês passado, acima de janeiro (0,53%) e abaixo de fevereiro de 2022 (1,01%). Com isso, a taxa acumulada em 12 meses diminuiu de 5,77% para 5,60%. Os resultados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (10) pelo IBGE.

Mais uma vez, as despesas escolares, comuns neste período do ano, pressionaram a inflação medida pelo IPCA. Com alta de 6,28%, o grupo Educação representou impacto de 0,35 ponto percentual na taxa de fevereiro – ou seja, em torno de 40% do índice total.

Ano letivo

Segundo o IBGE, essa alta “reflete os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo”. Assim, os cursos regulares subiram 7,58%, em média, com aumento de 10,28% no ensino médio e 10,06% no fundamental, que sozinho teve impacto de 0,15 ponto. Além disso, o instituto destaca ensino superior (5,22%), cursos técnicos (4,11%) e pós-graduação (3,44%).

Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou alta de 1,26% e teve impacto de 0,16 ponto na taxa geral. Por sua vez, Habitação (0,82%) correspondeu a 0,13 ponto. No primeiro caso, destaque para itens de higiene pessoal (2,80%) e perfumes (7,50%, 0,08 ponto), além de produtos para pele (4,54%, 0,02 ponto) e planos de saúde (1,20%). No segundo, a maior pressão veio da energia elétrica residencial (1,37%), seguido de aluguel (0,88% e 0,03 ponto) e taxa de água e esgoto (0,87%), com reajustes em Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Campo Grande e Brasília.

Ainda no grupo Habitação, subiu o gás encanado (1,04%), com reajuste e mudança da forma de cobrança em Curitiba. No Rio de Janeiro, houve redução na tarifa.

Gasolina sobe, etanol cai

Em Transportes, a gasolina subiu 1,16% e contribuiu com 0,05 ponto. Já o preço do etanol recuou 1,03%. O IBGE apurou quedas também no gás veicular (-2,41%), óleo diesel (-3,25%) e passagens aéreas (-9,38%). Por outro lado, o ônibus urbano (0,47%) teve reajuste de tarifa no Rio, em Vitória e em São Luís. O trem subiu 11,81%, com reajuste de 48% na região metropolitana do Rio de Janeiro. Também subiu o pedágio (0,83%), com aumentos em Porto Alegre e Vitória.

O grupo Alimentação e Bebidas subiu bem menos: de 0,59%, em janeiro, para 0,16%. A alimentação no domicílio foi de 0,60% para 0,04%, com quedas de produtos como carnes (-1,22%), batata inglesa (-11,57%) e tomate (-9,81%). Já o leite longa vida aumentou 4,62%.

Preços das roupas diminui

Comer fora ficou 0,50% mais caro, perto da variação de janeiro (0,57%). O preço da refeição subiu 0,38%, mesmo índice do mês anterior, enquanto o lanche foi de 1,04% para 0,57%.

Vestuário foi o único grupo com queda em fevereiro na medição da inflação pelo IPCA: -0,24%. Segundo o IBGE, caíram os preços médios de roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%), além de joias e bijuterias (-0,72%).  

Entre as regiões, o IPCA variou de 0,44% (Rio Branco) a 1,09% (Curitiba). Em 12 meses, o indicador vai de 4,18% (Goiânia) a 6,53% (São Paulo).

INPC: 5,47% em 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,77%. Também acima de janeiro (0,46%) e abaixo de fevereiro do ano passado (1%). Com isso, soma 5,47% em 12 meses, menos do que o período imediatamente anterior (5,71%).

De acordo com o IBGE, os produtos alimentícios desaceleraram de 0,52% para 0,04%. Já os não alimentícios foram de 0,44% para 1,01%.



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