IPCA

Preço da gasolina cai, alimentos sobem menos e inflação vai ao menor nível em três anos

Sete dos nove grupos tiveram alta no mês passado. Mas os alimentos subiram menos, e o preço da gasolina caiu, influenciando no resultado geral. Índice agora soma 3,94% em 12 meses

Reprodução/Montagem RBA
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Energia elétrica e planos de saúde tiveram alta em maio, gasolina caiu e preços de alimentos subiram menos

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,23% em maio, bem abaixo tanto de abril (0,61%) como de igual mês do ano passado (0,47%). Agora, o indicador oficial de inflação soma 2,95% no ano (estava em 4,78% em 2022). Em 12 meses, o IPCA está em 3,94%, no menor nível desde outubro de 2020. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) soma 3,74%, segundo os dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira (7).

Sete dos nove grupos tiveram alta no mês passado, contribuindo para a inflação. Mas os alimentos subiram menos, e o preço da gasolina caiu, influenciando no resultado geral. O maior impacto veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,93% e 0,12 ponto percentual no índice total, após novo aumento, autorizado, nos planos de saúde.

Nesse grupo, os planos tiveram alta de 1,20%, segundo o IBGE, enquanto itens de higiene pessoal subiram 1,13%. O instituto destaca perfumes (3,56%) e produtos farmacêuticos (0,89%).

Alimentos sobem menos, com algumas quedas

Já o grupo Alimentação e Bebidas passou de 0,71%, em abril, para 0,16%. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, comenta o analista André Almeida. Segundo o IBGE, resultado do item alimentação em domicílio, que foi de alta de 0,73% no mês passado para estabilidade agora. Entre as altas, tomate (6,65%), leite longa vida (2,37%) e pão francês (1,40%). Caíram os preços da frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%).

Por sua vez, a alimentação fora do domicílio variou 0,58%, ante 0,66% em abril. De acordo com o instituto, tanto os preços do lanche (0,71%) e como da refeição (0,47%) subiram menos.

Gasolina cai, etanol sobe

Com influência da queda (-17,73%) nas passagens aéreas, o grupo Transportes teve variação de -0,57% em maio (-0,12 ponto no índice total do mês). “Além disso, destaca-se o resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%). O etanol (0,38%) foi o único combustível a registrar alta em maio”, informa o IBGE. Ainda nesse grupo, aumentaram os preços de metrô (reajuste de tarifa no Rio de Janeiro), ônibus urbano (reajuste em Belo Horizonte) e ônibus intermunicipal (Campo Grande).

E no grupo Habitação (0,67%), a taxa de água e esgoto subiu em média 2,67%, com reajustes em seis regiões. O custo da energia elétrica residencial também aumentou (0,91%, com impacto de 0,04 ponto), também com reajustes em várias áreas do país. No sentido contrário, o gás encanado caiu 0,59%, com reduções tarifárias no Rio e em Curitiba.

Jogos de azar

No grupo Despesas Pessoais (0,64% em maio), o IBGE destaca a alta de 12,18% nos chamados jogos de azar, após reajuste médio de 15% no valor das apostas. Outro itens com alta no mês passado foram cinema, teatro e concertos (1,06%), alimento para animais (0,95%) e empregado doméstico (0,24%). Já Artigos de Residência variou -0,23%.

Entre as áreas pesquisadas, o IPCA variou de -0,38% (São Luís, única queda no mês) a 0,56% (Fortaleza). Em 12 meses, o índice vai de 2,26% (também em São Luís) a 5,08% (Grande São Paulo).

Usado em negociações salariais, INPC soma 3,74%

Usado em negociações salariais, o INPC ficou em 0,36%, ante 0,53% em abril e 0,45% em maio do ano passado. Com isso, soma 2,79% no ano e 3,74% em 12 meses.

Os produtos alimentícios passaram de 0,61%, no mês anterior, para 0,16%. Já os não alimentícios foram de 0,50% para 0,43%.

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