Carteira assinada

Mercado formal fica aquém da expectativa em março; saldo no trimestre supera 2013

Foram criadas 13 mil vagas, resultado mais fraco para o mês desde 1999. Para o Ministério do Trabalho, fevereiro pode ter antecipado contratações. No ano, são 345 mil. No atual governo, 4,8 milhões

Avener Prado/Folhapress

O comércio foi o pior setor em março, com eliminação de 26.251 vagas

São Paulo – O mercado formal de trabalho abriu 13.117 vagas em março, o menor saldo para o mês desde 1999, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (17) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A variação (0,03%) indica estabilidade. “Esse resultado não confirmou a expectativa de um desempenho mais auspicioso do emprego no mês de março em relação ao mesmo período do ano anterior”, diz o MTE. Em 2013, o saldo foi de 112.450 postos de trabalho com carteira assinada.

Para o ministério, o número “pode estar refletindo uma antecipação nas contratações ocorridas no mês de fevereiro, quando se verificou um incremento de 260.823 empregos, o segundo melhor saldo para o mês na série histórica”.  No primeiro trimestre, o saldo de empregos formais criados foi de 344.984 (crescimento de 0,85%), acima de igual período de 2013 (306.068 postos). Em 12 meses, chega a 1,027 milhão (expansão de 2,57%).

No atual governo, desde janeiro de 2011, o país abriu 4.845.247 vagas com carteira. O estoque de empregos formais é de 40,9 milhões.

Em março, só dois setores tiveram crescimento considerado significativo. O setor de serviços abriu 37.453 postos de trabalho formais (expansão de 0,22%) e a administração pública, 3.482 (0,38%). A indústria de transformação ficou praticamente estável (0,06%, com saldo de 5.484), assim como a construção civil (-0,07%, 2.231 a menos), enquanto o comércio eliminou 26.251 vagas (-0,29%).

Dos quase 345 mil empregos criados no trimestre, 223.240 são dos serviços, que teve expansão de 1,33%. A indústria abriu 101.112 (1,21%) e a construção civil, 70.301 (2,25%). O comércio eliminou 78.376 (-0,85%). A administração pública teve saldo de 18.307 (2,01%).

Também no primeiro trimestre, o salário médio de admissão teve aumento real (acima da inflação) de 2,49% em relação a igual período do ano passado, para R$ 1.166,84. A referência é o INPC-IBGE.