Inflação

Alimentos e gasolina sobem, mas IPCA-15 é o menor para janeiro desde 1994

Apenas a alta do combustível teve impacto de aproximadamente um terço do resultado de janeiro (taxa de 0,31%), segundo o IBGE

São Paulo – Preços de alimentos e da gasolina subiram em janeiro, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). com variação de 0,31%, foi o menor para o mês desde 1994. A taxa subiu ante dezembro (0,19%) e ficou bem abaixo de janeiro do ano passado (0,92%). Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã de hoje (19), o índice acumulado em 12 meses vai a 5,94%, menos que os 12 meses imediatamente anteriores (6,58%).

Depois de quatro quedas mensais seguidas, o grupo Alimentação e Bebidas voltou a subiu e variou 0,28% neste mês. Segundo o instituto, a pressão veio dos produtos consumidos em casa, de passaram de -0,45%, em dezembro, para 0,21%. “Ainda que os aumentos não tenham se mostrado generalizados, os preços de alguns produtos subiram bastante, como óleo de soja (8,04%), farinha de mandioca (4,53%), ovos (3,10%) e frutas (2,38%)”, diz o IBGE. Outros caíram menos, casos de batata inglesa (de -15,78% para -10,85%), feijão carioca (de -17,24% para -13,74%) e leite longa vida (de -5,40% para -1,96%). 

O grupo de maior alta foi Despesas Pessoais: 0,76%. O destaque foi o cigarro, que subiu 2,61%, após ter preços reajustados em dezembro. O instituto cita ainda os itens excursão (2,51%) e empregado doméstico (0,52%), com o novo salário mínimo.

O principal destaque individual veio da gasolina, cujo preço subiu 2,43%, em média, refletindo reajuste de 8,1% autorizado pela Petrobras no mês passado. Apenas esse item teve impacto de 0,10 ponto percentual sobre o índice do mês. Os principais aumentos foram apurados em Goiânia (4,60%), Brasília (4,32%) e Fortaleza (4,22%). Esse grupo teve ainda altas de ônibus urbanos (0,83%) e intermunicipais (1,87%), etanol (2,28%) e do seguro voluntário (1,70%).

Em três grupos, o IBGE registrou queda no primeiro mês do ano: Artigos de Residência (-0,23%), Vestuário (-0,18%) e Habitação (-0,22%). Neste último caso, as contas de energia elétrica variaram -2,25%, proporcionando impacto de -0,08 ponto no índice geral. Ainda nesse grupo, subiram preços de artigos de limpeza (1,23%), gás de botijão (0,64%) e mão de obra para pequenos reparos (0,52%).

Regiões

Entre as regiões metropolitanas pesquisadas, o IPCA-15 mais elevado foi o de Salvador (0,63%), com alta de 1,05% nos alimentos, de 3,60% no ônibus urbano e de 7,77% no intermunicipal. O menor índice foi o de Porto Alegre (0,03%), com queda na energia (-5,30%) e na alimentação fora de casa (-1,08%).

A taxa variou 0,57% em Brasília, 0,53% em Fortaleza, 0,40% em Belo Horizonte, 0,31% em São Paulo, 0,30% no Rio de Janeiro, 0,27% em Curitiba, 0,17% em Belém e 0,14% em Recife e Goiânia. Em 12 meses, vai de 4,52% (Curitiba) a 7,78% (Fortaleza). 

O IPCA-15 é uma “prévia” da inflação oficial, medida pelo IPCA, que terá o resultado deste mês divulgado em 8 de fevereiro, juntamente com o INPC.