Caged

Indústria e construção perdem vagas e participação no mercado formal

Em dois anos, esses dois setores responderam por praticamente todas as vagas formais fechadas: perto de 2 milhões. Comércio e serviços ficaram estáveis

São Paulo – Dados do mercado formal de trabalho mostram que os setores que mais perderam vagas nos dois últimos anos, período de severa crise econômica, foram os da indústria de transformação e da construção civil. Direta ou indiretamente, também são as áreas mais atingidas por efeitos das investigações da Operação Lava Jato. De 2,036 milhões de empregos com carteira assinada eliminados desde janeiro de 2014, a quase totalidade são desses setores – menos 1,1 milhão e menos 850 mil, aproximadamente –, que também perdem participação relativa no emprego formal.

Com 8,4 milhões de trabalhadores registrados no início de 2014, a indústria de transformação concentrava 20,6% do estoque do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que somava 40,9 milhões à época. No mês passado, com 7,4 milhões, a indústria tem 19,1% do total (38,8 milhões).

Já a construção civil respondia por 7,9% dos empregos formais dois anos atrás, com 3,2 milhões de trabalhadores. Agora, com 2,4 milhões, tem 6,1%.

O setor mais numeroso, o de serviços, ficou praticamente estável no período em número de trabalhadores, com aumento de participação. Tem agora 16,9 milhões de empregados formais, 43,5% do estoque do Caged, ante 41,4% em janeiro de 2014. O mesmo ocorre com o comércio (9 milhões), que foi de 22,4% para 23,3%.

Ainda na indústria, neste ano apenas o segmento de calçados mostra crescimento, com abertura de 19.256 vagas com carteira. O segmento de material de transporte perde 41.683, a área metalúrgica corta 36.316, produtos minerais não metálicos fecham 30.332 e indústria mecânica, 29.807.

Ontem (29), o ministério divulgou os dados de novembro do Caged, que teve redução de 116.747 vagas, resultado de 1.220.514 demissões e 1.103.767 contratações formais. No ano, foram eliminados 858.333 postos de trabalho. Em 12 meses, 1.472.619.

Entre as unidades da federação, apenas Rio Grande do Sul (1.191), Alagoas (284) e Sergipe (116) abriram vagas no mês passado. O estado de São Paulo fechou 39.675, seguido do Rio de Janeiro (12.438) e de Minas Gerais (11.402).

 

 

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