Mercado de trabalho

Em 12 meses, Grande São Paulo tem quase 500 mil desempregados a mais

Pesquisa da Fundação Seade e do Dieese mostra que número de desempregados cresceu 44% em um ano na região metropolitana, enquanto foram eliminadas 297 mil vagas (-3%)

São Paulo – Com maior pressão pelo aumento de pessoas à procura de trabalho e falta de vagas, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo foi a 14,3% em outubro, um pouco acima do mês anterior (14,2%), em um período em que costuma cair, conforme lembram a Fundação Seade e o Dieese, que divulgaram hoje (25) sua pesquisa mensal. Na comparação com outubro do ano passado (10,1%), a alta de 4,2 pontos percentuais mostra, simultaneamente, queda de 3% na ocupação (297 mil postos de trabalho a menos) e aumento de 44,1% no número estimado de desempregados, que chegou a 1,598 milhão – 489 mil a mais.

Em um mês de relativa estabilidade, os dados anuais indicam crescimento da população economicamente ativa (PEA), ou seja, mais pessoas no mercado de trabalho. A PEA cresceu 1,7% em 12 meses, o correspondente a 192 mil a mais, enquanto o mercado eliminou quase 300 mil vagas, resultando em um acréscimo de quase 500 mil desempregados na região metropolitana, chegando a 1,589 milhão. Para meses de outubro, é o maior número desde 2005 (1,7 milhão).

O comportamento é diferenciado conforme a área pesquisada. Apenas no município de São Paulo, a taxa de desemprego vai a 14,1%. Nas demais cidades, com exceção da capital, fica em 14,6%. Na região do ABC, chega a 12,5%. Nos dois últimos casos, a taxa é menor que a de setembro. Em relação a outubro de 2014, sobe nos três.

A indústria de transformação eliminou 204 mil vagas em relação a outubro de 2014, queda de 12,2%. No segmento de metal-mecânica, no qual se insere a área automobilística, a queda nesse período foi ainda maior, de 14,6%.i

Também fecharam vagas a construção civil (-8,1%, ou menos 61 mil) e o setor de serviços, que concentra mais da metade dos empregos da região (-3,4%, ou menos 191 mil). O dado positivo é do comércio/reparação de veículos, com crescimento de 8,7% na ocupação, com abertura de 142 mil postos de trabalho. No mês, de setembro para outubro, indústria e comércio ficam estáveis, a construção cresce  3% (acréscimo de 20 mil vagas) e os serviços recuam 0,5% (menos 25 mil).

O mercado formal também mostra enfraquecimento. Segundo a pesquisa, o emprego com carteira assinada sobe 0,8% no mês, com criação de 42 mil vagas, mas cai 2,1% ante outubro do ano passado, com fechamento de 114 mil.

Estimado em R$ 1.860, o rendimento médio dos ocupados recuou 1,3% de agosto para setembro (nesse item, a pesquisa considera o mês anterior). Em 12 meses, cai 10,4%, enquanto a massa de rendimento tem queda de 12,9%.

Outras regiões

Nas outras regiões abrangidas pela pesquisa, a taxa de desemprego variou de 9,4% (Fortaleza) a 19,4% (Salvador), atingindo 10,1% na região metropolitana de Porto Alegre e 15,1% no Distrito Federal. De setembro para outubro, o número de desempregados subiu em Fortaleza (para 175 mil), no Distrito Federal (para 230 mil) e, em menor medida, em Salvador (para 358 mil). Houve queda em Porto Alegre (para 188 mil).

 

 

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