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‘Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o ex-presidente Lula estão corrompidos’, diz Zanin

Divulgação das conversas trocadas via aplicativo por Sergio Moro e Deltan Dallagnol, entre outros, reforça o clamor pela liberdade de Lula

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Luta pela liberdade do ex-presidente ganha força com denúncias do Intercept

São Paulo – Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o ex-Presidente Lula estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos de violações a garantias fundamentais e à negativa de direitos. O restabelecimento da liberdade plena de Lula é urgente, assim como o reconhecimento mais pleno e cabal de que ele não praticou qualquer crime e que é vítima de “lawfare”, que é a manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. A afirmação foi feita pelo advogado do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, Cristiano Zanin, na noite de hoje(9).

Pouco tempo antes, jornalistas do The Intercept revelaram em reportagem conversas trocadas via aplicativo entre procuradores da República, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato, e o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro.

“A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades. A esse cenário devem ser somadas diversas outras grosseiras ilegalidades, como a interceptação do principal ramal do nosso escritório de advocacia para que fosse acompanhada em tempo real a estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do ex-Presidente”, disse Zanin.

O advogado destacou os diversos recursos e o comunicado formalizado perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, em julho de 2016, em que demonstrou, com inúmeras provas, “que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

Uma trama, segundo ele, com a “atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades”. E destacou que a esse cenário devem ser somadas “diversas outras grosseiras ilegalidades”. Zanin menciona a interceptação do principal ramal de seu escritório para que fosse acompanhada em tempo real a estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do ex-presidente.

Anulação do processo

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), defendeu a anulação do processo eleitoral do qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de disputar por causa de condenação no âmbito da Lava Jato.

“O Intercept traz as provas do que sempre denunciamos: Moro e Dallangnol atuaram combinados, com parcialidade e motivações políticas, para impedir a vitória eleitoral de Lula e do PT. Forjaram a acusação sem provas e armaram farsa jurídica contra Lula. Esse processo tem de ser anulado”, afirmou a dirigente por meio de uma rede social.

Escândalo

Do mesmo modo, o jurista Pedro Serrano manifestou seu estarrecimento com as informações reveladas pelo The Intercept. Em série de reportagens que expôs troca de mensagens entre procuradores da República, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato, e também do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL).

“Se verdadeira a matéria e o material que a ensejou é um escândalo, provas do uso de atividades judiciais e de investigação para fins claramente políticos e mesmo partidários, além da evidente parcialidade do juizo. A rigor tudo teria de ser anulado. Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos.”, escreveu.

Fernando Haddad também se manifestou pelas redes sociais: “Podemos estar diante do maior escândalo institucional da história da República. Muitos seriam presos, processos teriam que ser anulados e uma grande farsa seria revelada ao mundo. Vamos acompanhar com toda cautela, mas não podemos nos deter. Que se apure toda a verdade!”

E o coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) chamou a Lava Jato de “organização criminosa”. “Mensagens mostram como procuradores da Lava Jato tramaram para impedir que Lula desse entrevistas antes da eleição. O argumento nada tinha de juridico: evitar a “volta do PT”. As mensagens reveladas pelo Intercept são devastadoras. O CNJ precisa agir imediatamente. A Lava Jato é uma organização criminosa.”