A imagem do chinês que desafiou, sozinho e desarmado, vários tanques de guerra na Praça Celestial, em Pequim, no ano de 1989, se espalhou rapidamente para o mundo e é lembrada até os dias de hoje como um exemplo de resistência pacífica. Tanto as fotos quanto os vídeos que registraram este momento histórico serviram de base para a peça O Homem da Camisa Branca, do grupo Phila7, que estreia no dia 5 de setembro na capital paulista.

Com texto e atuação solo de Beto Matos, o espetáculo faz temporada de apresentações gratuitas em quatro teatros públicos, da prefeitura de São Paulo: no dia 5, no Teatro Martins Penna e dias 11, 12 e 13 de setembro, no Teatro Zanoni Ferrite, na zona leste; nos dias 18, 19 e 20, no Teatro Leopoldo Fróes, na zona sul; e 25, 26 e 27 no Teatro Alfredo Mesquita, na zona norte.

A peça parte da representação simbólica da imagem em que um jovem, mais do que enfrentar uma máquina de guerra, desafiou todo um sistema contra o qual lutava por mais liberdade política. Apesar de este homem ser o ponto de partida, Beto afirma que o foco do espetáculo é o condutor do tanque, invisível na famosa imagem.

Ricardo Ferreira/Divulgação

Peça parte da representação da imagem de um jovem que, mais que enfrentar máquinas de guerra, desafiou todo um sistema

O enredo traz um homem que encena cotidianamente, há 20 anos, o seu encontro pessoal e intransferível com o jovem chinês, num monólogo em que autor e ator se valem das inúmeras possibilidades do olhar. Em cena, há apenas alguns elementos concretos do mundo do personagem, como uma mesa, uma cadeira e um jogo de chá, por meio do qual se estabelece uma relação direta entre ator e o público.

Em seguida, surgem em cena elementos como um projetor de vídeos e uma câmera e é o próprio ator quem manipula as imagens, criando uma intermediação midiática e simbólica entre a subjetividade do personagem e o público. Para o autor e ator, o espetáculo se inspira nas inquietações dos movimentos de ocupação dos espaços públicos, que acontecem pelo mundo inteiro. “A inspiração também está no medo que tais movimentos provocam nos indivíduos e instituições, enquanto tentam entender como lidar com esta nova relação em rede”, afirma Matos.

Para o diretor da peça, Marcos Azevedo, há um paralelo entre o momento atual e o vivido em 1989, na China. “O recente movimento pró-democracia em Hong-Kong – que reuniu milhares de ativistas nas ruas da cidade – tem chamado a atenção de todos para a China. A tensão entre a polícia e os estudantes que ocupam as vias públicas nos faz lembrar claramente dos conflitos de Tiananmen, em 1989, e mostra a atualidade e pertinência do assunto tratado no espetáculo.”

Depois das apresentações, o ator promove um bate-papo com o público.

O Homem da Camisa Branca
Quando: Dia 05 de Setembro, sábado, às 20h
Onde: Teatro Martins Penna
Largo do Rosário, nº 20, Penha – (11) 2092-3007
Capacidade: 198 lugares
Quanto: grátis. Retirada com 30 minutos de antecedência

Quando: 11, 12 e 13 de setembro
Sexta e sábado às 20h e domingo, às 19h
Onde: Teatro Zanoni Ferrite
Avenida Renata, nº 163, Vila Formosa – (11)2216-1520
Capacidade: 204 lugares
Quanto: grátis. Retirada com 30 minutos de antecedência

Quando: 18, 19 e 20 de setembro
Sexta e sábado às 21h e domingo, às 19h
Onde: Teatro Leopoldo Fróes
Rua Antonio Bandeira, nº 114, Santo Amaro – (11) 5541-7057
Capacidade: 111 lugares
Quanto: grátis. Retirada com 30 minutos de antecedência

Quando: 25, 26 e 27 de setembro
Sexta e sábado às 20h e domingo, às 19h
Onde: Teatro Alfredo Mesquita
Avenida Santos Dumont, nº 1770, Santana – (11) 2221-3657
Capacidade: 198 lugares
Quanto: grátis. Retirada com 30 minutos de antecedência

Ficha técnica
Texto e atuação: Beto Matos
Direção: Marcos Azevedo
Iluminação: Mirella Brandi
Operação de vídeos: Fernanda Vinhas
Produção: Lenita Ponce
Coordenação de produção: Marisa Riccitelli Sant´Ana
Realização: Phila7
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: 12 anos