‘Partir’ traz Kristin Scott Thomas em caso de adultério

(Foto: Divulgação) São Paulo – “Partir”, drama francês de Catherine Corsini, assumidamente, procura homenagear o cineasta François Truffaut (1932-1984). Não só por abordar um tema amoroso e fatalista, como por […]

(Foto: Divulgação)

São Paulo – “Partir”, drama francês de Catherine Corsini, assumidamente, procura homenagear o cineasta François Truffaut (1932-1984). Não só por abordar um tema amoroso e fatalista, como por usar, em sua trilha sonora, parte das músicas de Georges Delerue – compositor favorito de Truffaut – para seu drama “A Mulher do Lado” (1981).

“Partir” estreia apenas em São Paulo na sexta-feira (17).

Trata-se do sétimo filme da diretora, que teve exibido no Brasil outro drama carregado, “A Repetição” (2001), com Emmanuele Béart. Neste novo trabalho, Catherine Corsini, que assina o roteiro com Gaëlle Macé, retrata a crônica de uma paixão desesperada que, como no filme de Truffaut, envolve adultério.

Na história de Corsini, a protagonista é Suzanne (Kristin Scott Thomas, de “A Outra”). Casada com um médico, Samuel (Yvan Attal, de “A Hora do Rush 3”), bem de vida, e mãe de dois filhos adolescentes, ela é aparentemente feliz.

Quando resolve voltar a trabalhar, Suzanne faz estágios como fisioterapeuta e decide reformar parte de sua casa para abrir um consultório. A obra, realizada por um operário espanhol ilegal, Ivan (Sergi López, de “O Labirinto do Fauno”), tem efeitos devastadores na vida da família, pois Suzanne apaixona-se loucamente por ele.

Ela tenta resistir, mas finalmente não consegue. O marido reage da pior forma possível, dando vazão ao seu ciúme e procurando por todos os meios impossibilitar a vida de Suzanne e Ivan – impedindo-o, por exemplo, de conseguir trabalho na cidade em que Samuel é um médico de prestígio e com ligações políticas.

A diretora nunca consegue imitar a delicadeza de Truffaut, que funcionava mesmo em histórias extremas, como a citada “A Mulher do Lado.” A narrativa, aqui, é por demais carregada de clichês e seu ritmo tem, em vários momentos, o peso melodramático dos novelões.

Fora isso, há a questão da verossimilhança. Numa história contemporânea, é difícil acreditar que Suzanne fosse tão indefesa diante das manobras do marido ciumento.

O ponto forte é mesmo a interpretação de Kristin Scott Thomas, entregando-se totalmente à personagem e falando um francês impecável – como visto no recente “Há Tanto Tempo que Te Amo,” de Philippe Claudel.

Fonte: Reuters

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