Restam 13

Paredão do BBB 22 no 8 de março tem duas mulheres, luta de classes e Fla-Flu. E Jade eliminada

Jade achava que quem sairia seria seu maior rival. A discreta Jessi, que enfrenta o jogo na raça, testa a empatia do público por sua luta

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Jade, a mais rejeitada. Jessi, a discreta. E Arthur já escapou três vezes

São Paulo – O BBB 22 tem na edição neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o seu sétimo paredão. Dos três alvos da votação do público, duas mulheres que exercem comportamento antagônico. Uma, a professora Jessilane Alves de Souza, a Jessi. Outra, a influencer Jade Picon, em seu primeiro paredão, viu seu volume de seguidores crescer para quase 20 milhões em sete semanas. O outro emparedado, o ator Arthur Aguiar, pela quarta vez. Mas, pelo desempenho nos outros três paredões, no quais recebeu votações na casa dos 5%, desta vez não estava com medo.

Jessi, negra, 26 anos, está no grupo dos “anônimos”, o chamado Pipoca. Jamais foi líder nem anjo. Além disso, nunca foi sequer indicada para ficar no setor VIP da casa. Suas sete semanas no setor da Xepa – onde a alimentação é mais precária e racionada – já são por si só uma prova de resistência. Para ficar no BBB, perdeu a nomeação para professora temporária de Biologia concursada no Distrito Federal (passou em primeiro lugar). Com a vaga, poderia dar um salto salarial: ganhava R$ 1.200 e poderia chegar a cerca de R$ 4 mil.

Jade, por sua vez, é da ala dos famosos, a Camarote, e foi líder por duas semanas seguidas, além de ser usuária assídua da pulseira VIP, onde se come e se dorme melhor. Com menos de 20 anos, Jade tinha 13 milhões de seguidores nas redes quando entrou no BBB. Desse modo, já era muito disputada por grandes anunciantes dispostos a pagar fortunas em busca de cliques para suas marcas. Antes de entrar na casa, teria recebido R$ 300 mil de uma marca para descolorir o cabelo. Jade afirmou na noite desta segunda-feira (7) que aos 13 anos já havia conquistado sua independência financeira.

Atualização às 00h30: Jessi com 13,3%, escapou de seu segundo paredão. Arthur, com 1,77%, sobreviveu ao quarto. Jade acabou eliminada com 84,93% dos votos em seu primeiro paredão

Clássico no paredão

A chegada de Jade no paredão junto com seu maior oponente na casa, Arthur, faz do evento um Fla-Flu. Das quatro vezes em que foi parar ali, três foi por indicação de Jade. Tímido e isolado nas primeiras semanas, Arthur contou com a empatia do público, ficou e começou a fazer amigos, o que não é ainda uma rede de apoio. De todo modo, escapar de três paredões impõe respeito dentro da casa.

Além disso, começou a demonstrar liderança, capacidade de argumentação e de convencimento. Jade, embora seja a mais jovem da casa, comanda o quarto Lollipop, onde quase ninguém dá um passo, ou voto, sem sua orientação. É inteligente, persuasiva e, para muitos, sua conduta tem sido interpretada como arrogância. Daí as “pesquisas de boca de urna” apontarem para uma rejeição acima dos 80%.

Para pensar

Já que é 8 de março, fica uma questão: se fosse homem rico e mais velho, teria ela a mesma rejeição que a boca de urna mostrou desde que atendeu o telefone? Seria a sua liderança mais “natural”, e menos arrogante, se não fosse uma mulher e tão jovem?

O fato, entretanto, é que Jade expôs ao público votante convicção de que não sairia neste paredão. E, assim, tem grandes chances de se chocar com o placar ao sair na rua. A menos que na última hora o público decidisse que o “melhor para o jogo” seria permanecerem os dois grandes rivais. Nesse caso, a ameaçada por uma improvável virada passaria a ser a Jessi, que por isso teve uma expressão de desespero no momento do resultado.

Para a professora de família modesta de Valparaíso (GO) seria um castigo injusto. Jessi sempre se posicionou com autenticidade, por isso cresceu depois de ter se livrado de um paredão. Desse modo, nunca trocou sua altivez pela proteção de alguma rede de apoio. Não fecha com nenhum grupo e afirma sempre que vota com a consciência e o coração. Enfim, sua permanência é um prêmio a quem dedica o 8 de março às mulheres que lutam com dignidade para vencer o machismo, o racismo e a desigualdade social.

Até agora, de sete votações de paredão, dois homens e cinco mulheres saíram. A casa teve ainda uma desclassificação por violação de regras a atriz e cantora Maria (Vitória Câmara). E também uma desistência, de Tiago Abravanel, por não aguentar a pressão. Restam 13 competidores.

 (crédito: Reprodução/Rede Globo)
jade paredão
Jessi: com a aprovação no concurso, poderia melhorar o salário de R$ 1.200 de professora. Mas perdeu a chamada e, agora, aposta no pós-BBB para uma virada na vida (Reprodução/Rede Globo)