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Marco Mattoli segurou o balanço bom do samba-rock

Músico paulistano, criador do Clube do Balanço, morreu aos 57 anos

Divulgação
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O Clube do Balanço, fundado em 1999, relançou clássicos e criou futuros sucessos

São Paulo – Família e amigos se despedem nesta segunda-feira (8) do músico paulistano Marco Mattoli, o fundador, 20 anos atrás, do Clube do Balanço. Um dos principais responsáveis pela retomada e divulgação do samba-rock, ele morreu ontem, aos 57 anos, completados em fevereiro, em consequência de infarto, o segundo em duas semanas.

Ainda em 1990, ele funda a banda Mattoli e os Guanabaras, apostando na fusão do samba e do pop. Um destaque daquele período é Correndo ao encontro dela. Depois vêm o disco Balanço bom é coisa rara, onde regrava clássicos (como Segura a nega, de Luís Vagner e Bebeto) e lança futuros sucessos (Saudade da preta, por exemplo). É o embrião da banda Clube do Balanço, com Edu Salmaso (bateria), Gringo Pirrongelli (baixo), Tiquinho (trombone), Fred Prince (percussão)), Marcelo Maita (teclados), Reginaldo Gomes (trompete) e Tereza Gama (voz). O grupo é responsável por faixas como Samba incrementado e Pela contramão, entre outras.

Há mais de 30 anos na estrada, Marco Mattoli apostou na mistura
(Samba do Marcos/Divulgação)

Em 2016, Mattoli participou do CD e DVD Se assoprar posso acender de novo, em homenagem a Adoniran Barbosa, apenas com canções inéditas do compositor. Ele canta Encalacrado, ao lado de Fabiana Cozza.

Toque paulista

Dois anos depois, o músico lança o álbum Samba do Marcos, com um “s” a mais mesmo. “É mais um toque paulista. Ninguém aqui consegue me chamar pelo meu nome de batismo, o italianíssimo Marco. Sempre falam Marcos. Aí achei divertido pensar que “Marcos” seria essa minha persona artística no samba”, disse o artista na ocasião. O disco explora ritmos relacionados ao samba (de roda, choro, interiorano). “Demorei muitos anos para criar coragem de arriscar um disco de samba. Sempre pensei que pra gravar meus sambas, faltava ainda um pouco mais de estrada, de histórias pra contar, de assuntos pra cavar. Agora pensei ‘tô ficando velho’ e acho que isso pode ser uma boa coisa para quem quer fazer samba.”

Mattoli participou do programa Hora do Rango, com Oswaldo Luiz Colibri Vitta, na Rádio Brasil Atual. Confira aqui (a partir dos 10:30).