Histórias e canções

Mamulengos e Paranga: tradição, cultura popular e música caipira em São Paulo

Companhia que já tem três gerações familiares se apresenta no Sesc neste fim de semana. No seguinte, grupo formado os anos 1970 lança disco que celebra Elpídio dos Santos

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Violonistas do Paranga: show no coreto para apresentar canções inéditas

São Paulo – O último fim de semana de agosto e o primeiro de setembro na capital e no interior paulista têm atrações de representantes de destaque da cultura popular brasileiras: a companhia Carroça de Mamulengos e o grupo musical Paranga. O primeiro tem na bagagem três gerações familiares. E o segundo, formado há cinco décadas, traz repertório de música caipira, entre outros gêneros.

No caso do Carroça de Mamulengos, o público terá a oportunidade de ver, presencialmente, o espetáculo Passarinhos, que foi apresentado de forma virtual no ano passado. Serão duas sessões no Sesc Vila Mariana, no sábado e domingo (27 e 28), além de uma sessão exclusiva para alunos de escolas públicas da capital.

Reencontro com o público

Passarinhos tem música, contação de histórias, teatro – de bonecos e de sombras – e ritmos/manifestações como coco, Folia de Reis, Tambor de Minas . Integrantes da trupe, Maria e Ana Gomide, mãe e filha, ambas nascidas e criadas no palco. E a alegria do reencontro com o público. “A vivência com as culturas populares leva a gente a desejar esses encontros. A tradição oral é assim. Ela demanda interlocução, o encontro, a partilha”, diz a baixista Renata Amaral, que divide a direção artística com Maria.

A própria Renata vive a emoção de presenciar a estreia da filha Flora, de 7 anos. “A Carroça de Mamulengos tem essa tradição incrível de colocar as crianças no palco desde que elas nascem. Foi muito generoso convidar a Flora pra fazer essa participação junto com a Ana, que é uma artista superexperiente e talentosa e permitiu a Flora experimentar”, afirma a baixista. Ana tem 9 anos.

As meninas de ‘Passarinhos’: mães e filhas no palco(Foto: divulgação)

Ideias e compromissos

Além dos mamulengos, o Sesc terá os músicos do núcleo Maracá e a Cia Lumiato Teatro de Formas Animadas. “O trabalho dos artistas do núcleo Maracá é um primor de originalidade, de contemporaneidade e de atemporalidade. A Cia Lumiato eu acompanho há mais de 20 anos. É trabalho pioneiro e de excelência. Três companhias que têm ideias semelhantes, compromissos semelhantes e se reúnem pra celebrar cultura e arte”, destaca Maria.

Com duração de 50 minutos, as sessões de Passarinhos serão às 16h, nos dois dias. Os ingressos custam R$ 7,50 (credencial plena do Sesc), R$ 12,50 (meia entrada) e R$ 25 (inteira). Crianças até 12 anos não pagam. Já as inscrições para a Oficina Música de Roda, que será realizada no domingo, às 10h, foram até o dia 19. Após esse período, apenas se houver vagas remanescentes (no portal inscricoes.sescsp.org.br).

Em Paraitinga

No próximo dia 3 de setembro, sábado, às 20h30, o Grupo Paranga faz show de lançamento do álbum instrumental Redoma, com os violonistas Negão dos Santos e João Gaspar, no coreto de São Luiz do Paraitinga, no interior paulista. A apresentação faz parte da 17ª Semana Elpídio dos Santos, realizada anualmente para divulgar a cultura popular e obras musicais do Vale do Paraíba, em especial do músico que dá nome ao evento. Elpídio produziu canções para várias trilhas sonoras de filmes de Mazzaropi. E foi gravado por Renato Teixeira, Almir Sater, Zeca Baleiro, Zé Geraldo, Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana, entre vários outros artistas.

Além disso, a partir do dia 7, às 17h, o Paranga terá a versão on-line do show de lançamento. Estará no canal do Youtube do grupo: www.youtube.com/parangaoficial. O disco é recheado de participações especiais: Gabriel Sater (filho de Almir), Mestrinho, Neymar Dias, Toninho Carrasqueira, Salomão Soares, Choro das 3, Thadeu Romano e Léo Couto.

“Como diz minha irmã Maria Regina, a obra do meu pai é um tesouro que quanto mais repartido, mais cresce e finalmente chegou a oportunidade de compartilhar sua obra instrumental, ainda muito pouco explorada”, comenta Negão dos Santos. Elpídio morreu em 1970. O Paranga foi criado naquela década, e depois faria parte do movimento conhecido como Vanguarda Paulista.



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