‘Duas Senhoras’ prega tolerância entre árabes e judeus

Apesar de alguns estranhamentos, “Duas Senhoras” nunca levanta conflitos entre as duas personagens (Foto: Divulgação) São Paulo – A tolerância, que se transforma em laços duradouros de amizade, supera qualquer […]

Apesar de alguns estranhamentos, “Duas Senhoras” nunca levanta conflitos entre as duas personagens (Foto: Divulgação)

São Paulo – A tolerância, que se transforma em laços duradouros de amizade, supera qualquer preconceito entre a judia Esther (Ariane Jacquot) e a árabe Halima (Zohra Mouffok), as protagonistas de “Duas Senhoras”, do diretor marroquino Philippe Faucon, que estreia apenas no Cinesesc, em São Paulo, no primeiro sábado do ano (2/1).

Faucon vai direto ao assunto logo na primeira cena, quando um homem diz à enfermeira Selina (Sabrina Ben Abdallah), filha de Halima, que não quer ser tratado por uma árabe.

Descobrimos também que Esther, presa a uma cadeira de rodas, perdeu mais uma enfermeira por causa de sua teimosia, para desespero de seu filho médico (interpretado pelo próprio diretor).

Selina vai cuidar de Esther, que acaba simpatizando com a moça ao saber que a sua família é da mesma cidade que a da dela, na Argélia. Elas desenvolvem uma amizade bastante próxima. Quando mais uma empregada abandona a casa da família, a jovem árabe sugere que sua mãe assuma o cargo.

Halima não encontra oposição do marido e acaba aceitando o trabalho, tornando-se amiga de Esther. A ponto de, mais tarde, quando o filho da judia é transferido para outra cidade, a mulher não se importa de ficar hospedada na casa de sua nova amiga – prefere isso a ficar numa clínica.

Apesar de alguns estranhamentos, “Duas Senhoras” nunca levanta conflitos entre as duas personagens. A relação sempre amigável entre ambas encontra respaldo nas duas famílias, que apoiam e incentivam a compreensão e a superação de preconceitos.

A única discordância, na verdade, se dá entre Selina, que pouco se importa com assuntos religiosos, e sua mãe, que junta dinheiro para fazer a sonhada peregrinação a Meca.

A boa vontade em excesso impede que o drama “Duas Senhoras” levante voos mais ambiciosos. Sua lição de tolerância e bom mocismo é sempre bem-vinda, mas o diretor Philippe Faucon poderia buscar interpretações mais convincentes de suas atrizes, que são amadoras, aprofundando um pouco mais os personagens e a própria trama.

Fonte: Reuters

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