‘Contatos de 4º Grau’ relata abduções alienígenas

O que mais chama a atenção da médica é a repetição de relatos idênticos de todos os afetados (Foto: Divulgação) São Paulo – Pegando carona na técnica do pseudocumentário, tornada […]

O que mais chama a atenção da médica é a repetição de relatos idênticos de todos os afetados (Foto: Divulgação)

São Paulo – Pegando carona na técnica do pseudocumentário, tornada famosa com o recente “Atividade Paranormal” – que, por sua vez, retornou ao caminho do sucesso de “A Bruxa de Blair” (1999) – , o terror “Contatos de 4º Grau” procura fazer seu público acreditar que se baseia numa história real.

Para isso, recorre a imagens de uma entrevista com uma suposta psicóloga real, a dra. Abigail Tyler, nas dependências da Universidade Chapman (que realmente existe nos EUA). Ela testemunha a jornada de horror a que foi submetida, bem como outros habitantes da cidade de Nome, no Alasca – outro dado real – por conta de um estranho fenômeno de abdução alienígena.

Interpretada na “recriação dos fatos” por Milla Jovovich (“Resident Evil”), a dra. Tyler está abalada, a princípio, pela morte violenta do próprio marido – que foi assassinado diante de seus olhos, em sua própria casa, por pessoa não identificada.

A psicóloga tenta reconstruir sua vida, cuidando de seus dois filhos pequenos, um dos quais passou a sofrer de cegueira depois da morte do pai. Retoma, também, o atendimento a seus pacientes em sua clínica. Lá, ela se depara com uma estranha afluência de pessoas sofrendo de insônia.

O que mais chama a atenção da médica é a repetição de relatos idênticos de todos os afetados. Todos eles dizem acordar pontualmente às 3 horas da manhã, perdendo o sono sem motivo aparente, e avistando uma misteriosa coruja branca diante de suas janelas.

Procurando as causas do fenômeno, a dra. Tyler submete os pacientes à hipnose. Sob seu efeito, eles vivenciam um grande terror, ao lembrarem de contatos com misteriosos seres malignos. O prosseguimento da experiência leva à morte de algumas pessoas e o xerife local (Will Patton, de “O Preço da Coragem”) proíbe a médica de continuar com a hipnose.

A dra. Tyler recorre à ajuda de um colega (Elias Koteas, de “O Curioso Caso de Benjamin Button”) e a um especialista em culturas antigas (Hakeem Kae-Kazim) – com quem ela descobre que seu marido havia entrado em contato pouco antes de morrer. Com sua ajuda, ela acha evidências de uma violenta abdução alienígena que, por alguma razão, atinge a cidade de Nome, onde várias pessoas teriam desaparecido sem deixar vestígios.

Num balanço das verdades e mentiras do filme, sabe-se que o diretor e roteirista Olatunde Osunsanmi e seu produtor, Terry Lee Robbins, foram mesmo alunos da Universidade Chapman. Entretanto, no site da instituição, não há nenhuma dra. Abigail Tyler. Jornais do Alasca, como o “Anchorage Daily News”, também relatam nunca ter ouvido falar dos desaparecimentos em Nome.

O truque poderia ser perdoado se o filme fosse realmente impactante e mantivesse o bom ritmo de seu suspense. Mas isso não acontece.

 

Fonte: Reuters

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