São Paulo – O programa Brasil Viola Atual, apresentado nas manhãs (de segunda a sexta, das 5h30 às 7h) por Guaracy Jr. na Rádio Brasil Atual, completou 10 anos no ar no último sábado (13). Surgiu meio por acaso, durante uma visita a uma emissora de rádio, onde estavam Guaracy e Guaraciaba, uma famosa dupla. Ele, paulista, ela, gaúcha. João Hermínio Constantino e Maria Matilde Muniack casaram-se em 1946.

Quando foi à rádio, ele era ainda Dorival. De 1974 a 2006, tinha sido tripulante da Varig. “Voei em todo os aviões que você possa imaginar”, conta. Enquanto voava, estudava Comércio Exterior na faculdade Metodista, em São Bernardo do Campo, onde nasceu – completará 69 anos na próxima segunda (22) –, e fazia curso de radialismo no Senac – formou-se em 1987. E aí juntou tudo: Guaracy, o original, deixava o programa para o amigo tocar. Ele foi pegando o jeito até que estreou, em 13 de maio de 2013.

Cultura popular

Ouvinte de música americana, inglesa, entre outras, Dorival também gostou da música caipira. “É a nossa cultura. Ouvia muito. Ao mesmo tempo, foi a oportunidade que eu tive (sobre a rádio). Comecei a me acostumar com essa vivência. A oportunidade foi me moldando ao estilo”, lembra. Assim, nascia Guaracy Jr., homenagem a um de seus mestres.

Guaracy Jr. cultiva as raízes. “O que existe Na modernidade não me dá prazer. O que se toca hoje não é caipira, sertanejo. É sofrência, música-chiclete, que não tem consistência”, afirma o também contador de causos, que mantém no ar a web rádio Ranchinho do Guaracy.

Inspiração divina

“O que a gente procura enaltecer é um Zé Fortuna, um dos autores da versão de Índia, Cascatinha & Inhana. O autor de Boate Azul (Benedito Seviero) escreveu mais de 2 mil canções. Mas não sabia ler ou escrever. Existe inspiração divina, né?”

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Ele identifica pessoas de todas as idades entre os ouvintes do programa, mas com predominância de gente “com uma vivência maior”. E acredita que dificilmente Brasil Viola Atual seria aceito em uma rádio comercial. Por falar nisso, Guaracy Jr. diz estar com “saudade da violinha” que arranha de vez em quando.

Confira entrevista de Guaracy para a TVT: