Resistência

Filme ‘A Última Floresta’ recebe novo prêmio, agora de melhor roteiro

Depois dos festivais de Berlim e Seul, associação brasileira de roteiristas também reconhece valor da obra de Davi Kopenawa Yanomami e Luiz Bolognesi

Divulgação
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'A Última Floresta' coleciona uma série de premiações relevantes no Brasil e no mundo. Entre as láureas, Prêmio do Público no Festival de Berlim e Melhor Filme no Festival de Seul

São Paulo – Os realizadores Davi Kopenawa Yanomami e Luiz Bolognesi foram premiados ontem (14) no 6º Prêmio da Associação Brasileira de Autores-roteiristas (Abra) pelo longa-metragem A Última Floresta (2021). A obra que denuncia a luta de comunidades indígenas da Amazônia para se manterem isoladas foi reconhecida como Melhor Roteiro de Documentário pelo júri. A premiação é apoiada pela Projeto Paradiso.

O documentário coleciona uma série de premiações relevantes no Brasil e no mundo. Entre eles, o Prêmio do Público no Festival de Berlim e Melhor Filme no Festival de Seul. “A Última Floresta oferece uma potente experiência enquanto cinema que transcende fronteiras, raças e barreiras culturais com oportunas questões ambientais. Esperamos que este filme não seja sobre o fim da Floresta Amazônica. Esperamos que ajude a transformar o mundo, ampliando a conscientização”, disseram os jurados de Seul na ocasião da premiação.

Relevância

Já os jurados de Berlim disseram que o longa “se destaca no gênero etnográfico convencional porque, com meios muito simples, sutis e puros consegue criar uma bela imagem de um mundo místico a lutar por sua existência”. O documentário estreou nos cinemas em setembro do ano passado e apresenta de forma poética a luta do povo Yanomami em defesa de seu território, de suas vidas e cultura diante de ameaças cada vez mais claras e ultrajantes.

Após a premiação em Berlin, Bolognesi defendeu a relevância da obra diante da atual cunjuntura. Sob governo Bolsonaro, avança a violência contra indígenas e a devastação da floresta em velocidade inédita. “O prêmio é extremamente importante para chamar atenção para esse genocídio indígena que está acontecendo no Brasil. No momento, os yanomamis estão sob ataque de garimpeiros. Três aldeias atacadas com tiros e bombas, e o governo não toma as medidas legais para retirar os garimpeiros invasores e nem sequer proteger os indígenas.”