Dialoga Brasil

Juca Ferreira: ‘Cultura tem que ser pensada como investimento e não como despesa’

Ministro da Cultura falou também sobre direitos autorais, internet e importância de todas as manifestações culturais

Marcello Casal Jr./ABr

Ministérios da Cultura e Educação estudam mudanças no currículo escolar para contemplar artes

São Paulo – Cultura e educação são os temas que mais despertaram o interesse dos internautas que participaram do bate-papo com o ministro da Cultura Juca Ferreira na manhã de hoje (3), por meio do Dialoga Brasil. Entre os questionamentos, alterações no currículo escolar para inclusão da educação musical. Segundo o ministro, o Ministério da Cultura (MinC) e Ministério da Educação estão trabalhando para aproximar seus programas para conectar e fortalecer o Brasil.

“O Congresso já deu uma importante contribuição quando aprovou o ensino musical na sala de aula, temos três programas interministeriais e montamos um grupo de trabalho para estudar a mudança do currículo escolar. Precisamos formar técnicos e gestores para suprir necessidades e profissionalizar a cultura”, explicou.

Na abertura da conversa por meio da página do MinC no Facebook, Juca falou sobre os avanços trazidos pelo marco civil na internet. E avisou que o debate sobre a questão dos direitos autorais precisa avançar. “A internet mudou a forma de se comunicar. Precisamos entender que esse é um espaço global e fazer políticas que garantam o direito do autor não só no âmbito nacional, mas no internacional também”, afirmou.

Questionado sobre ações do governo para se aproximar de grupos historicamente marginalizados, como LGBT, negros e deficientes, ele afirmou que o MinC apoia e valoriza a diversidade de grupos. “Nós não somos ausentes, pelo contrário. Somos parte desse processo de democratização do reconhecimento do diferente para que a gente evolua no sentido que todos tenham direitos e oportunidades iguais”, afirmou.

Sobre como a cultura contribui com desenvolvimento da sociedade, Juca enfatizou que a cultura é e deve ser tema central: “Tem que ser pensada como investimento e não como despesa”. E reforçou a importância de todas as manifestações culturais, sem privilégio de uma em detrimento da outra. “Quanto mais desenvolvimento cultural, saúde, educação, segurança. A Europa, mesmo em crise, nunca fechou seus museus, parques, exposições por saber da importância deles na sociedade.” 

Ao se despedir do bate-papo, o ministro se emocionou ao lembrar da imagem do menino morto no mar da Europa sendo carregado por um policial. O ministro lembrou que essa imagem mostra a falência da sociedade ocidental e o quanto precisamos avançar para nos fortalecer enquanto sociedade.

O MinC entrou no Dialoga em 14 de agosto. Até agora, obteve mais de 30 mil acessos e 428 propostas enviadas para seus programas. Cultura e Educação (5.576 acessos e 101 propostas), Brasil de Todas as Telas (5.267 acessos e 59 propostas), Política Nacional das Artes (4.838 acessos e 87 propostas), Vale Cultura (4.161 acessos e 65 propostas), Agenda do Século XXI (3.975 acessos e 24 propostas), Cultura Viva (3.441 acessos e 36 propostas), PAC das Cidades Históricas (3.296 acessos e 56 propostas).

A plataforma Dialoga Brasil apresenta cinco temas (Cultura, Educação, Saúde, Segurança Pública e Redução da Pobreza) e 27 programas prioritários do governo federal para que a população proponha melhorias – a plataforma irá chegar a 80 programas de 14 temas. A plataforma é um espaço de participação digital, onde a população pode sugerir propostas específicas para melhorar as ações do governo. Além de fazer sugestões, as pessoas também podem curtir propostas de outros participantes e conhecer as principais ações do governo federal. Em novembro de 2015, o governo começa a responder as três propostas mais apoiadas de cada programa. A plataforma www.dialoga.gov.br já recebeu mais de 12 mil propostas.